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Morre prefeito de Pequim à época do Massacre da Praça da Paz Celestial

Xitong (centro) foi uma das únicas autoridades a demonstrar arrependimento pelo massacre - Arquivo/Divulgação/Xinhua/AP
Xitong (centro) foi uma das únicas autoridades a demonstrar arrependimento pelo massacre Imagem: Arquivo/Divulgação/Xinhua/AP

Do UOL, em São Paulo

05/06/2013 12h14

Prefeito de Pequim durante os protestos de 1989 na Praça Tianammen, Chen Xitong morreu no domingo (2), dois dias antes do 24º aniversário do episódio histórico conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial. 

Em 4 de junho de 1989, na gestão de Xitong, a polícia do Partido Comunista Chinês reprimiu violentamente um protesto estudantil na praça Tianamen. Os manifestantes pediam maior abertura política no país. O confronto deixou um saldo de mortos e feridos até hoje indefinido, já que o governo jamais divulgou um balanço sobre o número de vítimas. Acredita-se que a contagem de cadáveres passe de centenas.

Xitong, que completaria 83 anos neste mês, morreu de câncer, segundo a agência estatal de notícias chinesa "Xinhua". 

Descaso oficial

A posição de Xitong sobre os protestos lhe valeu uma promoção nas fileiras do partido e o ódio de seus opositores. Posteriormente, o próprio político foi renegado pelo governo, preso e acusado de corrupção. Em seu obituário sobre Xitong, o jornal "New York Times" afirmou que "poucos políticos na China serão menos lamentados"

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Segundo sites e agências de notícias chineses, Xitong foi cremado em Pequim sem honraria ou condolências de chefe de Estado. Ao "NYT", Yao Jianfu, um ex-oficial do governo morando em Hong Kong, disse que Xitong foi uma das únicas autoridades envovlidas no massacre a demonstrar arrependimento sobre a matança. 

"Ele nunca pediu desculpas ou falou 'sou culpado', mas disse que lamentava pelas vítimas inocentes", afirmou. "É pouco, mas nem isso outros líderes disseram."

A "Xinhua" não deu detalhes sobre a família de Xitong. Segundo Yao, o político deixa uma mulher, Ye Zi, e um filho, Chen Xiaotong.