Obama defende Biden após críticas sobre debate: 'Noites ruins acontecem'
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama saiu em defesa de Joe Biden, que foi alvo de críticas por seu desempenho no debate contra Donald Trump. O atual presidente teve participação marcada por uma voz rouca, uma gagueira persistente e frases confusas.
Noites de debate ruins acontecem. Acreditem em mim, eu sei. Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda a sua vida e alguém que só se importa consigo mesmo. Entre alguém que diz a verdade; que sabe o que é certo e o que é errado e vai dizer isso diretamente ao povo americano - e alguém que mente descaradamente em benefício próprio. A noite passada não mudou isso, e é por isso que há tanto em jogo [nas eleições] em novembro.
Barack Obama, no X (antigo Twitter)
Bad debate nights happen. Trust me, I know. But this election is still a choice between someone who has fought for ordinary folks his entire life and someone who only cares about himself. Between someone who tells the truth; who knows right from wrong and will give it to the?
-- Barack Obama (@BarackObama) June 28, 2024
Má repercussão
Mídia e analistas americanos avaliam que Biden 'perdeu' o debate. O democrata deixou uma imagem oposta à mostrada por Trump, que adotou um tom claro e enérgico, e desapontou até mesmo seus apoiadores. "A atuação de Biden foi decepcionante, não há outra forma de dizer isso", admitiu Kate Bedingfield, ex-diretora de comunicação da Casa Branca durante os primeiros anos do governo democrata.
Participação ligou um alerta em alas do Partido Democrata. Alguns aliados temem que o desempenho do presidente possa afundá-lo nas pesquisas eleitorais e já começam a falar em uma possível substituição. "Estamos ferrados", disse à ANSA um integrante do partido, sob a condição de anonimato.
Biden avaliou desempenho de forma positiva: 'Fomos bem'. "É difícil debater com um mentiroso. [O jornal] The New York Times apontou que ele mentiu 26 vezes", disse o presidente. As declarações foram feitas a repórteres em uma unidade da Waffle House nos arredores de Atlanta, na Geórgia, onde Biden esteve com a primeira-dama Jill.
Como foi o debate
Biden, 81, e Trump, 78, não apertaram as mãos ao se dirigirem aos pódios. Não havia público ao vivo e os microfones eram desligados enquanto o outro falava — regras acordadas pelos dois lados.
Aborto e imigração foram alguns dos temas centrais do debate. O republicano disse que, se eleito, não proibirá o acesso a medicamentos para interrupção voluntária da gravidez, enquanto o democrata apoiou a reinclusão do direito ao aborto na Constituição. Quando falaram sobre imigração, os dois se atacaram: enquanto Trump insinuou que alguns estrangeiros fossem criminosos e terroristas, Biden acusou seu antecessor de separar famílias, colocando-as em "jaulas".
Candidatos também falaram sobre as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Biden afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é um "criminoso de guerra", e Trump repetiu a tese de que, se os EUA tivessem um presidente "respeitado", a guerra não aconteceria. Ambos demonstraram apoio a Israel na guerra contra o Hamas, embora o democrata tenha reforçado a necessidade de se "tomar cuidado" com as armas utilizadas em áreas mais populosas.
(Com AFP e ANSA)
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