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Gestão privada de aeroportos melhora serviços e reduz filas

Antonio Miguel Marques

Especial para o UOL

20/03/2014 06h00

Em fevereiro, os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos completaram um ano sob a gestão da iniciativa privada. Em breve, os novos operadores entregam as primeiras grandes obras de expansão, o que deve melhorar consideravelmente os serviços oferecidos aos passageiros.

Ainda neste ano, as concessionárias de Galeão e Confins também iniciam o processo de transição da administração pública para o setor privado. As concessões são, sem dúvida, um marco na história do setor aeroportuário brasileiro, e representam um novo paradigma para aqueles que usam o transporte aéreo.

Modernização

As tecnologias terão um papel fundamental para agilizar o fluxo de passageiros nas áreas-chave de um aeroporto

A iniciativa do governo federal de conceder alguns dos principais aeroportos do país busca agilizar os investimentos necessários para atender a crescente demanda de passageiros no Brasil, estimulada, sobretudo, pelo aumento do emprego e da renda da população brasileira, que passou a viajar mais de avião. De 2003 a 2013, o movimento de passageiros nos aeroportos brasileiros cresceu 176%, passando de 71 milhões para 196 milhões de pessoas por ano.

Soma-se a isso a necessidade de o país ter uma infraestrutura adequada para receber os milhares de turistas estrangeiros que devem vir ao Brasil para os eventos esportivos que serão realizados nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Apenas para o torneio da Fifa, a estimativa é de que 600 mil estrangeiros venham ao país, além dos três milhões de turistas brasileiros que devem circular pelas 12 cidades-sede da Copa.

Mas o que mudará de fato para os passageiros nos próximos anos? Do ponto de vista do aeroporto como uma plataforma para o transporte aéreo, haverá uma melhoria quantitativa e, principalmente, qualitativa nos serviços oferecidos aos passageiros, visitantes e trabalhadores que utilizam o aeroporto.

Melhores serviços

Haverá uma melhoria quantitativa e qualitativa nos serviços oferecidos aos passageiros, visitantes e trabalhadores que utilizam o aeroporto

Isso significa dizer que as pessoas poderão usufruir com conforto e segurança o tempo despendido no aeroporto, seja para quem está saindo em viagem ou para quem está voltando para casa.

Nesse contexto, as tecnologias terão um papel fundamental para agilizar o fluxo de passageiros nas áreas-chave de um aeroporto, como check-in, raios-X, controle de passaportes, alfândega e restituição de bagagem. Em um aeroporto, como em qualquer serviço público, menos filas significam pessoas mais tranquilas. E tranquilidade é fundamental numa viagem de avião.

No GRU Airport - Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos -, os investimentos anunciados pela concessionária dão conta de toda a sorte de tecnologias e de equipamentos voltados para facilitar a vida de quem viaja. Além disso, haverá uma gama maior de restaurantes, cafés, lojas, livrarias, mais vagas de estacionamento, e outros serviços que podem melhorar a experiência do passageiro antes ou depois do seu voo.

Do ponto de vista econômico, as concessões também devem abrir uma ampla frente de oportunidades e um mercado potencial enorme a ser explorado. Desde a construção de hotéis, shopping centers, centro de convenções, novos estacionamentos, novas lojas, até a maior utilização do aeroporto como um modal logístico para o comércio exterior ou mesmo para o transporte doméstico de cargas. Isso representa maior oferta de empregos e geração de receitas. Hoje, somente no GRU Airport, são mais de 35 mil empregos diretos e indiretos.

Agilidade

Em um aeroporto, como em qualquer serviço público, menos filas significam pessoas mais tranquilas, e tranquilidade é fundamental numa viagem de avião

Sem dúvida, as concessões representam um novo paradigma no setor aeroportuário brasileiro. Na medida em que a iniciativa privada passa a ser um dos players do mercado, acirra-se a competição, e isso tem reflexo natural na adoção de modelos bem-sucedidos neste ou naquele aeroporto. É a tal concorrência saudável, aquela que incentiva a melhoria contínua da prestação de serviços ao consumidor - neste caso, o passageiro.

Obviamente, não se consegue mudar uma estrutura complexa como um aeroporto do dia para a noite. Além das obras necessárias, aeroportos, pela própria essência de sua atividade, dependem de uma série de fatores para funcionar de forma adequada e segura.

Vão desde condições climáticas favoráveis até a total sinergia entre os diferentes agentes aeroportuários. Mas é possível adiantar que, nos próximos anos, brasileiros e estrangeiros vão viajar melhor pelo Brasil, do jeito que desejam e merecem.

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