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Curso técnico profissionalizante acelera a entrada no mercado de trabalho

Especial para o UOL

08/06/2014 06h00

Está mais do que provado que o curso técnico profissionalizante acelera a entrada no mercado de trabalho. Estas modalidades educacionais de curta duração, além de oferecerem oportunidade para milhões de brasileiros, suprem uma demanda de mercado cada vez mais crescente por profissionais qualificados e especializados.

Também refletem de forma positiva na remuneração. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao Ibope, 82% dos entrevistados concordam que os profissionais com certificado de qualificação técnica apresentam salários maiores do que aqueles que não têm formação específica.

Apesar de apresentar números crescentes de adesão – expansão de 110% nas matrículas de 2011 a 2013 no ensino técnico federal, segundo o MEC (ministério da Educação), até pouco tempo a educação profissional não era vista como prioridade no Brasil.

Este cenário, porém, felizmente começa a mudar. Uma pesquisa realizada pelo MEC mostra o crescimento na demanda por mão-de-obra técnica qualificada. Segundo o estudo, aproximadamente 70% dos técnicos recém-formados são contratados para atuar em sua área em menos de um ano após a conclusão de curso.

A alta demanda é positiva para toda a cadeia de ensino e trabalho, alavancando iniciativas que estimulam o ingresso de alunos em cursos profissionalizantes. Um grande exemplo a ser citado é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec.

Criado pelo governo federal com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica, o programa receberá investimentos de R$ 14 bilhões em 2014 e já apresenta resultados animadores: mais de 4,8 milhões de estudantes beneficiados. A estimativa é que, de 2011 até o final de 2014, cerca de oito milhões de profissionais terão sido beneficiados pelo programa para suprir as necessidades do setor industrial.

No último edital do Pronatec – Bolsa-Formação foram ofertadas 291.338 vagas em todo Brasil, sendo que o Estado de São Paulo lidera o ranking nacional, com 55% das matrículas.

Além da expansão das escolas técnicas federais, mais de 400 mil vagas são oferecidas pelo Bolsa-Formação, que expande a oferta de cursos e disponibiliza o pagamento integral das mensalidades em escolas técnicas particulares devidamente habilitadas. 

Os números do programa refletem no ensino técnico profissionalizante público e privado do Brasil. O setor movimentou aproximadamente R$ 1,5 milhão em 2013 e, desde outubro do ano passado, as instituições privadas de ensino superior (Ipes) também embarcaram no Pronatec, oferecendo cursos técnicos de uma forma simplificada.

Elas são responsáveis por aproximadamente 82% das vagas oferecidas pelo programa. Uma ótima oportunidade para estudantes e trabalhadores em busca de uma bolsa de estudos.

Além de abrir vagas e oferecer infraestrutura, é fundamental gerar conteúdo de qualidade que suporte esta nova realidade educacional brasileira. Neste sentido, também já há avanços, com sistemas de ensino voltados exclusivamente para esse fim.

Sem dúvida, no atual momento de desenvolvimento do país, é fundamental gerar mão-de-obra de nível técnico qualificada. As mudanças do cenário educacional brasileiro, que passou a olhar com mais carinho para este segmento, mostram que algumas rotas foram corrigidas e que voltamos a navegar na direção correta, algo que, em um futuro próximo, trará benefícios para o Brasil. 

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