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Dilma só não será candidata em 2014 se não quiser, diz Lula

Lula realiza palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) a militares e autoridades civis presentes. - Ide Gomes/Folhapress
Lula realiza palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) a militares e autoridades civis presentes. Imagem: Ide Gomes/Folhapress

Fabíola Ortiz

Especial para o UOL Notícias<br>no Rio de Janeiro

29/07/2011 13h43

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (29), no Rio de Janeiro, que não pretende se candidatar em 2014.

A declaração foi uma resposta às afirmações feitas por José Serra no dia anterior ao jornal espanhol “El País” sobre a grande probabilidade de Lula disputar a presidência em 2014 por nunca ter deixado de estar em campanha.

“O Serra deveria falar pelo PSDB, ele não está conseguindo resolver o problema do Aécio [Neves] e quer resolver o problema do PT. Eu vou dizer uma coisa de forma categórica, o Brasil tem uma candidata em 2014 chamada Dilma Rousseff, ela é presidente do país e vai fazer um governo extraordinário”, afirmou Lula, que realizou uma palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) a militares e autoridades civis presentes.

“Só há uma hipótese dela não ser candidata, ela não querer. A política é uma doença que a gente gosta e não sai mais. Eu acho que a Dilma não está nem preocupada com isso, a presidente está preocupada em trabalhar, provar que a mulher tem competência e provar que é possível fazer as coisas corretamente”.

Segundo disse Lula, José Serra está “muito mais preocupado se é candidato ou não, mais do que eu”. “Eu acho que já cumpri com a minha tarefa nesse país”.

Na palestra do ex-presidente Lula, estiveram presentes os chefes das três Forças Armadas – o general Enzo Peri do Exército, o brigadeiro Junito Saito da Aeronáutica e o almirante de esquadra Júlio Moura Neto – além do governador do estado do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Questionado sobre a afirmação de Jobim de ter votado em Serra na eleição de 2010, Lula minimizou o fato.

“Eu nunca me preocupei em perguntar, o voto é secreto. O Jobim foi convidado para fazer parte do governo pelo que ele poderia fazer no Ministério da Defesa e pela sua competência. Era o único que eu vi com condições de construir e aprovar o plano de estratégia e defesa nacional. O fato em quem ele votou é irrelevante, tem tanta gente que votou no Serra e gosta de mim, pode ter gente que votou em mim e não gosta mais de mim. A gente não pode fazer política achando que quem não votou na gente é pior que quem não votou”.

O ministro Jobim participou, nesta semana, da estreia do programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

Oposição

Lula criticou ainda a atuação da oposição. “Oposição é que nem quem está no banco de reserva, acha que está do seu lado, mas está doidinho para você se contundir. Estão torcendo para a inflação e o desemprego aumentar”, afirmou.

Em tom enfático disse: “A gente sabe tudo quando é de oposição, quando você está no governo, você não acha ou pensa ou acredita, você faz ou não faz”.

Depois da palestra, em conversa com os jornalistas, Lula contornou a afirmação e defendeu o papel da oposição.

“Eu fui oposição a vida inteira, conheço muito de oposição, mais do que gente que faz oposição e foi situação a vida inteira. Eu não espero que a oposição seja favorável ao governo, não é prudente e eleitoralmente não convém. Não tem problema fazer crítica, o papel da oposição é esse mesmo, mostrar o que está errado e dizer o que pode fazer”.

‘Tentaram criar intriga’

Segundo Lula, antes das eleições em 2010, Dilma Rousseff era vista como “um poste que não sabe fazer política, só eu acreditava na Dilma”.

O ex-presidente reconheceu que ele e Dilma são diferentes, mas não tem divergências.

“Nós somos iguais na afinidade ideológica, no compromisso programático de desenvolvimento do nosso país, aí sim nós temos afinidade. Tentaram criar uma intriga entre Dilma e eu. Não tem divergência”, disse.

O ex-presidente Lula falou que o país tem vivido um “momento de ouro” e criticou o que chamou de “complexo de inferioridade” do Brasil.

“Esse país conquistou uma coisa importante, conquistou autoestima, respeitabilidade e não quer mais ser inferior a ninguém. A gente aceitava ser tratado como inferior. Tudo que era ‘made in’ outro lugar era melhor”.

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