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Dilma cancela participação em evento com movimento sociais em Brasília

A presidente Dilma Rousseff em evento na sexta-feira (15) - Ueslei Marcelino/Reuters
A presidente Dilma Rousseff em evento na sexta-feira (15) Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

16/04/2016 09h50

Na reta final para a votação do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff cancelou sua participação na manhã deste sábado (16) em evento contra o impeachment organizado por movimentos sociais e sindicais no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Segundo o Palácio do Planalto, a intenção da presidente é usar o dia de hoje para entrar em contato com vários parlamentares e tentar impedir a aprovação do impeachment.  

A ideia do ato seria dar uma demonstração de força e incentivar a militância para que eles protestassem contra o "golpe", que é como Dilma tem classificado o pedido de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados e que deve ser votado este domingo (17). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve comparecer ao evento.

A última semana foi marcada por um acirramento na busca por apoio nos dois lados da disputa. Deputados tanto da oposição quanto da base do governo vem afirmando que teriam o apoio necessário para abrir, ou barrar, o processo de impeachment.

Na sexta-feira (15), apuração do jornal “Folha de S.Paulo” apontou que já haveria maioria para aprovar o impeachment. Mas movimentações políticas no fim do dia retiraram votos pelo impedimento e a posição perdeu força.

Além da própria presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e parlamentares da base aliada devem dedicar o sábado a tentar convencer indecisos a votar contra o afastamento da petista. 

Diante do pequeno fôlego conquistado por Dilma, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) decidiu voltar a Brasília para comandar de perto as articulações pró-impeachment. O plano inicial do peemedebista era permanecer em São Paulo durante o fim de semana.

Neste domingo (17), a Câmara dos Deputados decide se concede autorização para que o Senado abra processo de impeachment contra Dilma. Se o processo passar na Câmara, onde é preciso 342 votos dos 513 deputados, ele precisa ser votado novamente no Senado, onde são necessários 41 votos entre os 81 senadores.

Uma vez instaurado o processo no Senado, a presidente fica afastada temporariamente de suas funções até que o julgamento seja concluído.
Nesse caso, assume o cargo o vice, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passa a ser o próximo na linha sucessória da Presidência da República.

(Com Estadão Conteúdo)