Período de formação no SUS aproximará médico da população
A proposta de um segundo ciclo no SUS agradou ao futuro médico Vitor Diego da Silva Lima, 17 anos. O jovem, que atualmente cursa Farmácia na Universidade de Brasília (UnB), pretende prestar vestibular para Medicina. “É um sonho desde criança. Eu sempre me identifiquei com a área da saúde e sempre quis ser médico”, conta.
Para ele, o tempo extra a ser cumprido pelos novos alunos vai melhorar a saúde pública brasileira. “Essa medida vai ser um meio de o médico se aproximar da população”, acredita. Lima também apoia a interiorização do atendimento. “Eu queria trabalhar no sul de Minas, porque eu vejo que há grande defasagem de médicos lá”, diz.
O período no SUS será supervisionado por professores das universidades e/ou médicos, detentores de título de pós-graduação. Ao longo do treinamento, os estudantes de Medicina receberão bolsa custeada pelo Ministério da Saúde, em valor a ser definido pelo Conselho Nacional de Educação. Quem estudar em instituições privadas ficará isento da mensalidade durante o segundo ciclo. Os supervisores também serão remunerados com recursos do governo.
Modelo
A nova grade curricular é inspirada no modelo de países como Inglaterra e Suécia, onde os alunos precisam passar por um período de treinamento em serviço, com um registro provisório, para depois exercer a profissão com o registro definitivo. No Reino Unido, por exemplo, o programa de treinamento é projetado para dar experiência geral aos recém-formados, antes de escolher a área da Medicina na qual desejam se especializar.
No estágio, o aluno trabalhará em unidades do SUS ligadas à universidade (pública ou particular) em que se matriculou. Ou seja, ao contrário do serviço social obrigatório, ele não será enviado a uma região diferente daquela onde estuda.
Sugestões
O segundo ciclo é uma das medidas anunciadas pelo Governo Federal no âmbito do programa Mais Médicos, criado para levar profissionais de saúde às regiões que mais necessitam. Recentemente, foi dado um passo importante para garantir os ajustes necessários nas universidades e hospitais universitários para a execução do programa: a criação de um grupo, formado por representantes de 12 universidades públicas de diversas regiões do país, que irá elaborar sugestões ao programa Mais Médicos.
Novas vagas
Outra ação importante é a criação de 11.447 mil novas vagas de graduação até 2017. No mesmo período, também serão abertas 12.372 novos postos de residência médica em instituições públicas e hospitais privados sem fins lucrativos, das quais quatro mil serão abertos até 2015. O Governo Federal vai custear bolsas aos residentes, por meio do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pro-Residência).