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Novo método de diagnóstico precoce é desenvolvido para prevenir Alzheimer

Em Berlim

25/04/2012 10h44

Uma equipe de cientistas alemães da Universidade de Leipzig desenvolveu um novo método de diagnóstico do mal de Alzheimer que permite identificar a doença anos antes de o paciente apresentar os primeiros sintomas.

O procedimento foi apresentado no 50º Congresso da Sociedade Alemã de Medicina Nuclear, realizado até o próximo sábado na cidade de Brêmen, no norte do país, por um grupo de cientistas dirigidos pelo especialista Osama Sabri.

Saiba mais sobre a doença

A demência é a perda da função cerebral que ocorre com determinadas doenças. O mal de Alzheimer (MA) é uma forma de demência que piora gradativamente com o tempo. Ela afeta a memória, o raciocínio e o comportamento. A deterioração da memória, bem como problemas de linguagem, a capacidade de tomar decisões, fazer julgamentos e a personalidade são características necessárias para o diagnóstico.


Os pesquisadores desenvolveram duas substâncias que permitem reconhecer alterações do tecido cerebral no qual são depositadas determinadas proteínas muito antes de o paciente apresentar os primeiros sintomas de perda de memória.

As deposições de proteínas, as chamadas placas beta-amiloides, se produzem no cérebro pelo menos dez anos antes do surgimento dos primeiros sintomas da doença, assinalou a equipe da Universidade de Leipzig, no leste da Alemanha.

Um novo produto farmacêutico de baixa radiação permite reconhecer essas placas com uma tomografia especial de emissões de positróns, segundo o estudo de Sabri, que espera lançar sua criação ao mercado ainda neste ano.

Diretor da Clínica e Policlínica de Medicina Nuclear da Universidade de Leipzig, Sabri sublinhou que o novo método representa "uma significativa melhoria do diagnóstico" do mal de Alzheimer.

O procedimento permite não só reconhecer de maneira muito precoce a doença, mas também diferenciá-la de outras formas de demência, assim como controlar o desenvolvimento do mal de Alzheimer em pacientes e comprovar se o tratamento consegue frear a degeneração cerebral.

O especialista de Leipzig assinalou em Brêmen que sua equipe realiza atualmente um estudo com uma segunda substância em 20 pacientes que sofrem o mal de Alzheimer em sua fase inicial para reconhecer alterações de determinados receptores no cérebro provocadas pela mesma proteína.

"Os novos procedimentos melhoram o atendimento ao paciente", assinalou Sabri, que reconheceu, no entanto, que segue sem existir um tratamento adequado para fazer frente ao mal de Alzheimer.

Os organizadores do congresso sublinharam que o novo método de diagnóstico é importante do ponto de vista científico, mas fornece pouco ao paciente, uma vez que não existe um tratamento efetivo para lutar contra a doença.

Também apontaram que, embora permita reconhecer as citadas proteínas, não serve para saber se a doença se desenvolverá posteriormente, nem a que idade isso aconteceria.