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Cacique diz que atendimento à saúde indígena no PA é precária

06/08/2008 15h00

São Paulo - O cacique Kaiapó Akijabôro afirmou que o atendimento à saúde indígena nas aldeias do município de São Félix do Xingu (PA) é precário. Segundo ele, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão do Ministério da Saúde responsável pela assistência aos índios, não está cumprindo a sua obrigação. Além da falta de profissionais na Reserva Moikarakô, os 449 índios da tribo não têm sequer um carro para levar os doentes ao posto de saúde da cidade, segundo informações da Agência Brasil.

De acordo com o cacique, a caminhonete que a Funasa deixa em cada aldeia foi levada para a regional do Departamento de Saúde Indígena de Redenção e ficou lá. "Simplesmente terceirizam os serviços para Organizações Não-Governamentais (ONGs), e não fiscaliza o trabalho dessas entidades, que não prestam contas nem executam o serviço continuado de atendimento à saúde. O resultado é o abandono dos doentes à própria sorte".

A ONG que presta assistência é a Associação Abemoká, que trabalhou bem no início, mas depois ficou não prestou contas, não recolheu INSS, nem contribuições sociais, segundo informa o chefe indígena. O prefeito de São Félix do Xingu, Denimar Rodrigues (PR), confirma que a ONG contratada pela Funasa não presta assistência adequada aos indígenas. "Com isso, o município, que tem um sistema de atendimento à saúde deficitário, passou a assumir maiores compromissos com a saúde indígena sem ter a contrapartida da Funasa".

O Cacique Akijabôro, que é membro da Comissão Nacional de Política Indígena, disse que eles pediram ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a realização de concurso público para contratar os profissionais que ficarão mais próximos das aldeias e terão compromisso com a saúde indígena. Akijabôro afirmou que tanto o presidente Lula quanto ministro Temporão concordam com a proposta.

AE

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