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Cremesp: 97% dos médicos processados não são cirurgiões plásticos

06/11/2008 16h24

São Paulo - Um estudo do Conselho Regional de Medicina aponta que 97% dos médicos que respondem por processos éticos na entidade estão relacionados à cirurgia plástica sem o título de especialista na área. A propaganda irregular representa 67% desses processos e 28% são acusados de má prática profissional, respondendo por negligência, imperícia ou imprudência. De acordo com o levantamento, desse total, 45,4% dos médicos processados não possuem qualquer título de especialidade.

O Cremesp analisou os processos que envolvem 289 médicos, de janeiro de 2001 a julho de 2008. O secretário do Cremesp, Braulio Luna Filho, explica que o Brasil é um dos únicos países do mundo em que a especialização não é exigida. "O cidadão ganha o diploma e, no dia seguinte, pode atuar em qualquer área da medicina." A legislação vigente, criada em 1957, não obriga que os médicos tenham título de especialista para clinicar, o que significa que um clínico geral não é punido caso faça cirurgia plástica, por exemplo.

A média diária de notificação contra os médicos cresceu de 5,1 para 12,3 em 2007, segundo o conselho. De acordo com a entidade, as denúncias sobre erros médicos é crescente de 1998. No total, foram 1.874 casos de erros denunciados pelos pacientes há 10 anos contra 4.498 no ano passado, aumento de 140%. No mesmo período, o número de médicos cresceu 42% e a população do Estado 12%.

AE