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Por uma alimentação saudável, paulistanos adotam a horta na varanda

29/06/2009 11h30

São Paulo - Michelle Obama, a primeira-dama dos Estados Unidos, mandou plantar uma horta orgânica (sem agrotóxicos) nos jardins da Casa Branca. O objetivo de Michelle foi dar uma alimentação mais saudável às filhas Natasha e Malia Ann. O mesmo motivo tem levado paulistanos a cultivar hortas urbanas no quintal de casas, em coberturas, lajes e pequenos terraços de apartamentos. O engenheiro agrônomo Marcelo Noronha, que trabalhou com agricultura tradicional em grandes fazendas, resolveu apostar nos orgânicos e, atualmente, mais de 70% de seus clientes moram em apartamentos.

"Sou procurado, principalmente, por mães que buscam dar uma alimentação mais saudável aos bebês", diz Noronha. Ele dá cursos de hortas orgânicas no Parque da Água Branca, onde acontece às terças-feiras, sábados e domingos a feira de produtos da Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Também discute com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente a ampliação do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (Proaurp), que tem levado hortas às escolas públicas para melhorar a qualidade da merenda.

Espaço não é problema, segundo os agrônomos - 2 metros quadrados são suficientes para se iniciar uma horta. Pode ser em canteiros, vasos no chão ou até pendurados nas paredes, para quem não tem espaço. Mesmo pequenas, as hortas urbanas podem combater ilhas de calor - o sol é absorvido pelos canteiros - e reduzir a emissão de carbono.

As hortas precisam de pelo menos quatro horas de sol por dia. Para possibilitar o plantio em apartamentos com pouca luz, o engenheiro agrônomo Marcos Victorino inventou canteiros sobre rodinhas. Assim, pode-se "deslocar a horta para onde houver luz". Victorino criou o projeto Plantando na Cidade que tem espalhado hortas por lajes e quintais de casas e escritórios da zona leste e outras regiões.

Adriana Carranca