Fenômenos naturais têm influência no nosso organismo, dizem especialistas
O equilíbrio e a saúde do corpo estão diretamente ligados ao ambiente em que vivemos. Sugerido por Hipócrates – segundo textos atribuídos ao grego considerado “pai da medicina” –, o enunciado é confirmado por médicos de várias especialidades, que reconhecem a interferência de fenômenos externos em nosso organismo.
“Não existe separação entre o corpo humano e a natureza”, afirma o clínico-geral Eduardo Finger, coordenador do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do SalomãoZoppi Diagnósticos. Sendo assim, qualquer alteração externa demanda uma adaptação de nossa parte, acrescenta o especialista.
As evidências mais claras desse fenômeno estão relacionadas com mudanças nas estações do ano. É conhecida, por exemplo, a associação entre inverno e depressão. Segundo André Astete, psiquiatra do Hospital VITA Curitiba, o principal motivo é a diminuição da exposição solar. Por isso, em países localizados mais ao norte do globo, como Suécia, Noruega, Canadá, onde a incidência de luz é ainda menor, o problema é mais recorrente.
Os impactos também são sentidos no organismo. Na mesma estação do ano, é comum as pessoas relatarem mais fome, um efeito que pode estar relacionado com o aumento do gasto calórico para manter o corpo aquecido. Dores causadas por artrite, artrose, tendinites, bursites e fibromialgia também se intensificam com o frio. “Pessoas com estas condições relatam uma piora sintomática em períodos de baixa temperatura”, confirma Finger.
Cura pela natureza
A comprovação, em alguns casos, dessa sintonia entre o corpo e o ambiente criou no imaginário popular a ideia de que a natureza possui poderes terapêuticos. A alegação não é totalmente desprovida de verdade, como atestam os especialistas.
“O contato com a natureza é sempre benéfico. Sentir a energia da terra, respirar ar puro, banhar-se em águas límpidas e desprovidas de poluição promovem sensações de bem-estar (por meio da liberação de determinados hormônios), descansam a mente e restabelecem o equilíbrio emocional”, garante o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho.
O contrário, ou seja, a vivência em grandes cidades, com pouco ou nenhuma integração com a natureza, também tem seus efeitos. “Ambientes urbanos estressantes levam ao aumento da liberação de cortisol, o hormônio do estresse”, ressalta o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
“O humor e os níveis de ansiedade também são afetados e, como consequência, podem interferir de maneira importante no bem-estar e na saúde”, complementa o endocrinologista Fabiano Lago.
Na opinião de Borges Filho, não é por acaso que a saúde e a qualidade de vida de pessoas que moram e trabalham em metrópoles tendem a ser inferiores em comparação com quem vive em cidades menores.
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