Gonorreia resistente é causada por mau uso de antibióticos, diz médico
O @saúde desta semana fala sobre uma doença que é antiga, mas que não sai de cena: a gonorreia. O médico e colunista do UOL Jairo Bouer entrevista o infectologista Ricardo Vasconcelos, do Hospital Emílio Ribas e do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), que fala sobre o surgimento de uma gonorreia resistente a antibióticos.
O infectologista explica que cientistas dos EUA detectaram a existência de bactérias resistentes aos medicamentos usados contra a doença. Foram descritos casos no Japão e na Europa, o que tem alarmado muitos médicos. Ainda não foi identificado nenhum caso no Brasil. "Se chegar, vai dar um trabalhão", comenta Vasconcelos.
O infectologista explica que o desenvolvimento de bactérias resistentes aos tratamentos só acontece porque as pessoas muitas vezes fazem uso incorreto de antibióticos.
A gonorreia é uma DST (Doença Sexualmente Transmissível) facilmente passada de uma pessoa para outra. As manifestações mais comuns são a uretrite (que provoca secreção purulenta no pênis ou na vagina), a amigdalite gonogócica (uma infecção na garganta), ou, nas mulheres, a doença inflamatória pélvica, que pode levar à infertilidade.
Além disso, é possível uma pessoa ser portadora da bactéria, não ter nenhum sintoma, e transmiti-la a outras pessoas. Isso é comum principalmente nas mulheres.
Sexo oral
Usar camisinha sempre, do começo ao fim da relação, é a melhor maneira de se evitar a gonorreia e outras DSTs.
O infectologista esclarece que a gonorreia pode ser transmitida tanto por quem pratica sexo oral quanto por quem recebe. Por isso é importante se proteger nessa modalidade também. "Se é um parceiro casual e você não consegue fazer sexo oral sem proteção, a dica é: não faça, nem receba sexo oral", aconselha.
Ele também lembra que a gonorreia, assim como outras DSTs, aumentam bastante o risco de se contrair o vírus da Aids.
Assista à íntegra da entrevista e aos demais vídeos do Jairo aqui.
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