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Pilotos de avião devem usar protetor solar para evitar melanoma, diz estudo

Em 56,6 minutos de voo, a uma altura de 9,14 km, os pilotos recebem na cabine a mesma quantidade de radiação que uma sessão de bronzeamento de 20 minutos - Reprodução/Instagram
Em 56,6 minutos de voo, a uma altura de 9,14 km, os pilotos recebem na cabine a mesma quantidade de radiação que uma sessão de bronzeamento de 20 minutos Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

19/12/2014 06h00

Pilotos  estão expostos à mesma quantidade de radiação UVA de quem faz uma sessão de bronzeamento artificial. Isso porque o para-brisas do avião não bloqueia completamente esses tipos de radiação, de acordo com estudo publicado no JAMA Dermatology.

Os raios UVA causam danos ao DNA das células e podem resultar no desenvolvimento de câncer de pele, afirma a pesquisa.

Os para-brisas dos aviões são feitos geralmente de policarbonato (tipo de plástico) ou vidro composto por multicamadas.

A equipe liderada pela pesquisadora Martina Sanlorenzo, da Universidade da Califórnia, mediu a quantidade de radiação UVA nas cabines dos aviões durante voos e comparou com dados coletados durante medições feitas em câmaras de bronzeamento. Na cabine, a radiação foi medida na cadeira do piloto de um avião turboélice, através do para-brisa de acrílico, tanto no nível do mar, quanto acima dele. A exposição ao sol foi medida em San Jose, na Califórnia, e em Las Vegas, em Nevada, por volta do meio dia, em abril deste ano.

Os resultados mostraram que, em 56,6 minutos de voo, a uma altura de 9,14 km, os pilotos recebem a mesma quantidade de radiação que uma sessão de bronzeamento de 20 minutos. Os autores sugerem que os níveis podem ser mais altos quando os pilotos estão voando sobre nuvens espessas e campos de neve, que são capazes de refletir a radiação UVA.

"Para-brisas de avião não bloqueiam completamente a radiação UVA e, portanto, não são suficientes para proteger os pilotos, o que pode gerar um aumento do risco de melanoma nesses profissionais. Nós recomendamos veementemente o uso de protetores solares e verificações periódicas de pele para pilotos e tripulação da cabine", concluem os autores do estudo.