Com reação alérgica, bebê Sofia volta a ser internada
Sete dias depois de receber alta, a pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e seis meses, teve de ser novamente internada, na noite de ontem, no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, depois de alterações em exames de rotina. Portadora de uma síndrome rara que afeta o sistema digestório, ela passou por um transplante de cinco órgãos em 10 de abril e, no último dia 2, teve autorização seguir com a recuperação em casa. A expectativa é que ela tenha alta até sábado (11).
Segundo Patrícia Lacerda, mãe de Sofia, a filha teve uma espécie de reação alérgica e foi necessário fazer novos exames para determinar a causa. "Um dos exames veio alterado, e ela teve também algumas pintas vermelhas no corpo, que coçavam demais. Foi necessário fazer novos exames, inclusive nos pulmões dela, e vamos esperar os resultados no hospital", disse.
Patrícia informou ainda que ver a filha voltar ao hospital abalou a família, mas que as mensagens de apoio vindas do Brasil estão ajudando. "A Sofia é forte, mas voltar para o hospital não é fácil. Apesar disso, sabemos que tudo é para o bem dela, confiamos em Deus e esperamos que ele faça o melhor. Ser mãe da Sofia é sentir a presença de Deus constante", disse ela, através das redes sociais.
O médico brasileiro Rodrigo Vianna, responsável pelo transplante e que acompanha a recuperação de Sofia, confirmou as informações e disse que, caso os exames não mostrem agravamento da situação, a bebê deve deixar o hospital nas próximas horas. "Mas antes precisamos descartar algumas hipóteses", disse.
Histórico
Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Lá, a menina recebeu atendimento e a família teve a confirmação de que ela era portadora da Síndrome de Berdon, condição rara que compromete o funcionamento do sistema digestório.
Para sobreviver, Sofia necessitava de um transplante multivisceral, que inclui estômago, fígado, pâncreas e intestinos. A família entrou na Justiça alegando que o Brasil não tinha capacidade para realizar os procedimentos e pedindo que a União bancasse todos os custos do tratamento, que deveria ser feito no Jackson Memorial. Só com o transplante, o montante gasto pelo governo foi de US$ 1,2 milhão (R$ 3,7 milhões).
Os transplantes ocorreram em 10 de abril deste ano, quando o hospital conseguiu um doador compatível, um norte-americano do estado da Flórida.
Ela teve alta em 2 de julho e passou a viver na casa alugada pelos pais, sendo que o governo brasileiro também paga a ela o serviço de “home care” (atendimento médico em casa), necessário para que ela possa permanecer fora do hospital.
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