Topo

Dificuldade respiratória leva bebê Sofia à UTI nos EUA

A bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, em foto tirada antes da cirurgia realizada em maio - Arquivo Pessoal
A bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, em foto tirada antes da cirurgia realizada em maio Imagem: Arquivo Pessoal

Jacqueline França

Do UOL, em Sorocaba (SP)

06/08/2015 08h44

Uma dificuldade respiratória levou a bebê Sofia Gonçalves de Lacerda mais uma vez à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Memorial Jackson Hospital, em Miami, nos Estados Unidos. Ela está internada desde o dia 25 de julho por conta de um quatro alérgico provocado pela ação de um vírus que, segundo a mãe da menina, Patrícia de Lacerda, pode o motivo dessa falta de ar.

Na manhã desta quarta-feira (5), Sofia estava muito ofegante e os médicos optaram por fazer um monitoramento respiratório na UTI. Novos exames confirmarão se o mesmo vírus que causou a alergia é o responsável pela dificuldade na respiração. Ela já estava com marcas vermelhas por todo o corpo o que causava muita coceira.

Patrícia explicou que os exames recentes apontaram a presença de citomegavírus (CMV). "Os médicos disseram que esse vírus provocou a alergia e está em todo o corpo. Ele também comprometeu o funcionamento do intestino dela", diz a mãe. Esse é um dos cinco órgãos que Sofia transplantou. Segundo a mãe, não se trata de rejeição e o tratamento específico à base de antivirais já foi iniciado.

Os médicos disseram aos pais que a contaminação aconteceu por conta da baixa imunidade de Sofia depois dos transplantes. Disseram ainda que ela vai precisar ficar na UTI até que a respiração seja normalizada e o vírus controlado.

Apesar dos problemas, Patrícia disse que a bebê de um ano e seis meses está animada. "Ela brinca e assiste desenhos na televisão, mostrando disposição em continuar brigando pela vida. Estamos esperançosos", afirma Patrícia.

Segunda internação

Após o transplante dos cinco órgãos do aparelho digestivo, Sofia ficou internada durante três meses. Em junho ela finalmente foi levada para a casa onde os pais vivem provisoriamente nos Estados Unidos.

No início de julho a menina apresentou pela primeira vez o quadro alérgico e ficou internada por cinco dias. Na ocasião, a alergia tinha sido causada pela alimentação que ela recebe pela veia. Ela precisou voltar para o hospital no fim mês novamente quando a alergia voltou de forma mais severa.

Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), e chegou aos Estados Unidos há um ano para o tratamento da Síndrome de Berdon, que provoca a má formação do sistema digestivo. Todo tratamento é custeado pelo governo brasileiro, o que foi conseguido depois de uma briga judicial. O custo foi estimado em cerca de R$ 2 milhões.

Em abril, Sofia conseguiu o transplante de todos os órgãos (intestino grosso e delgado, fígado; pâncreas e estômago). Após um período de recuperação, Ela foi liberada para ficar em casa com os pais, mas ainda não poderá voltar para o Brasil enquanto o processo de adaptação aos novos órgãos for concluído e a saúde dela esteja estável.