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Número de casos confirmados de microcefalia no Brasil sobe para 583

Nacho Doce/ Reuters
Imagem: Nacho Doce/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

23/02/2016 17h36

Já são 583 os casos confirmados de bebês com microcefalia ou alterações no sistema nervoso central em 16 Estados do país, segundo o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça (23). Até a semana passada, eram 508 as confirmações.

Ainda há 4.107 casos com suspeita de má-formação ou problemas no sistema nervoso que continuam a ser investigados, distribuídos por 25 Estados (apenas Amazonas e Amapá não aparecem na lista). No último relatório, este número estava em 3.935.

Até o momento, 30 mortes de fetos durante a gestação ou após o parto foram confirmados para microcefalia ou alterações no sistema nervoso. Há outros 80 óbitos em investigação.

67 casos têm confirmação laboratorial

O órgão federal diz que, dos casos confirmados, 67 foram notificados por critério laboratorial específico para o vírus da zika. O ministério, contudo, parou de levar este número em consideração nas últimas semanas, pois acredita que tal “dado não representa a totalidade do número de casos relacionados ao vírus” e que “houve infecção pelo zika na maior parte das mães” que tiveram bebês com microcefalia.

Além da zika, a microcefalia em bebês pode ser causada por outros agentes infecciosos como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.

Entenda o balanço

O controle dos casos está sendo feito porque diversos estudos já ligaram o vírus à microcefalia, embora ainda não se saiba se a zika sozinha é a causa da microcefalia ou se há outro fator que, por exemplo, facilite a entrada do vírus na placenta para causar a má-formação.

Hoje, todas as crianças que nascem com 37 semanas e têm 32 cm ou menos de perímetro cefálico são notificadas para investigação e passam por exames de imagem e consultas com médicos para confirmação ou descarte de problemas neurológicos, que incluem não só a microcefalia, mas também lesões oculares e auditivas.

De outubro até agora, os casos confirmados de microcefalia só por infecção congênita (que excluem as causas genéticas) superam os casos somados de 2012 a 2014, quando a notificação ainda não era obrigatória -- o que levanta a hipótese de que os dados seriam maiores na realidade. No entanto, os especialistas consideram que houve um aumento significativo de casos mais graves de microcefalia no último trimestre de 2015.

A OMS reportou uma associação entre a existência do zika e o aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barré em Polinésia Francesa, Brasil, El Salvador, Martinica, Colômbia, Suriname, Venezuela e Honduras.

Já com a microcefalia, a relação foi detectada no Brasil e na Polinésia Francesa.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por Estado

REGIÃO NORDESTE

Alagoas: 212 (102 em investigação, 25 confirmados, 85 descartados)

Bahia: 775 (582 em investigação, 120 confirmados, 73 descartados)

Ceará: 335 (256 em investigação, 33 confirmados, 46 descartados)

Maranhão: 181 (151 em investigação, 14 confirmados, 16 descartados)

Paraíba: 790 (440 em investigação, 59 confirmados, 291 descartados)

Pernambuco: 1.601 (1.188 em investigação, 209 confirmados, 204 descartados)

Piauí: 127 (81 em investigação, 32 confirmados, 14 descartados)

Rio Grande do Norte: 374 (275 em investigação, 76 confirmados, 23 descartados)

Sergipe: 188 (178 em investigação, 10 descartados)

REGIÃO SUDESTE

Espírito Santo: 73 (62 em investigação, 3 confirmados, 8 descartados)

Minas Gerais: 65 (27 em investigação, 38 descartados)

Rio de Janeiro: 256 (250 em investigação, 2 confirmados, 4 descartados)

São Paulo: 149 (119 em investigação, 30 descartados)

REGIÃO NORTE

Acre: 26 (26 em investigação)

Amapá: sem registro

Amazonas: sem registro

Pará: 11 (10 em investigação, 1 confirmado)

Rondônia: 11 (10 em investigação. 1 confirmado)

Roraima: 11 (11 em investigação)

Tocantins: 112 (95 em investigação, 17 descartados)

REGIÃO CENTRO-OESTE

Distrito Federal: 24 (5 em investigação, 19 descartados)

Goiás: 88 (80 em investigação, 6 confirmados, 2 descartados)

Mato Grosso: 173 (123 em investigação, 50 descartados)

Mato Grosso do Sul: 11 (5 em investigação, 1 confirmado, 5 descartados)

REGIÃO SUL

Paraná: 15 (2 em investigação, 13 descartados)

Santa Catarina: 1 (1 descartado)

Rio Grande do Sul: 31 (29 em investigação, 1 confirmado, 1 descartado)