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PT não detalha "indenização" para cunhada de Vaccari

A cunhada de João Vaccari Neto, Marice Lima, deixa a sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) nesta quinta-feira (23), onde estava presa há uma semana. Ela é suspeita de receber propina da empreiteira OAS. O alvará de soltura foi emitido na manhã desta quinta pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato. Ela seguiu direto para o aeroporto - Gisele Pimenta/Frame/ 23.abr.2015 /Estadão Conteúdo
A cunhada de João Vaccari Neto, Marice Lima, deixa a sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) nesta quinta-feira (23), onde estava presa há uma semana. Ela é suspeita de receber propina da empreiteira OAS. O alvará de soltura foi emitido na manhã desta quinta pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato. Ela seguiu direto para o aeroporto Imagem: Gisele Pimenta/Frame/ 23.abr.2015 /Estadão Conteúdo

De São Paulo

25/04/2015 08h11

O pagamento de uma suposta indenização de R$ 240 mil pelo PT para a cunhada do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, em 2011, que seriam decorrentes de danos morais causados pela associação de seu nome ao escândalo do mensalão, não aparece de forma detalhada na prestação de contas anual da legenda. Segundo Marice Corrêa de Lima, cunhada de Vaccari, o pagamento ocorreu via acordo extrajudicial. O valor foi repassado pelo escritório de advogacia do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT).

A operação financeira é investigada pela força-tarefa da Operação Lava Jato como suposta lavagem de dinheiro de propina da Petrobrás e ocultação de patrimônio do ex-tesoureiro - tendo a cunhada como auxiliar.

Marice afirmou em depoimento à Polícia Federal, no dia 20, que o dinheiro da indenização cobriu a compra do apartamento em obra, no Guarujá , litoral paulista, via Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) - declarado pelo valor de R$ 200 mil, em 2012. O imóvel foi devolvido para a incorporadora um ano depois da compra por R$ 432 mil. A empreiteira era a OAS, empresa acusada corrupção na Petrobras.

Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto". Vaccari foi dirigente da Bancoop e é réu em um processo criminal acusado de estelionato e lavagem de dinheiro que gerou um prejuízo estimado em mais de R$ 100 milhões.

A prestação de contas do PT também não registra no detalhamento de repasse de valores para o escritório de Greenhalgh.

Procurado desde a sexta-feira da semana passada, em seu escritório, no telefone celular e por e-mail, o ex-deputado petista não atendeu à reportagem. Questionado desde quinta-feira pelo Estado sobre a existência de tal contrato, o PT informou ontem por meio de sua assessoria de imprensa que não iria se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.