Comitê do Alto Tietê fará proposta de outorga de 10 anos para o Cantareira
Segundo o secretário do comitê, Amauri Pollachi, o colegiado formado por representantes do governo paulista, entre os quais a Sabesp, prefeituras e sociedade civil, decidiu rever a proposta de 30 anos apresentada pela estatal por causa das incertezas que pairam sobre a capacidade de produção do manancial e de novas obras que devem interferir no sistema, como a construção de duas barragens no interior e a transposição da Bacia do Rio Paraíba do Sul, previstos até 2018. "Por cautela e por um conjunto de empreendimentos que estão previstos, a maioria se expressou pela redução do prazo de outorga de 30 para 10 anos. Esse é um período adequado para avaliar o impacto dessas intervenções que devem ocorrer e também das ações para o controle da demanda por água na região", afirma Pollachi. Procurada, a Sabesp não se manifestou.
Na quarta-feira, 12, o Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (PCJ), na região de Campinas, também já havia aprovado uma proposta de renovação por 10 anos. Lá, cerca de 5 milhões de pessoas dependem do manancial. Ambos os documentos serão encaminhados à Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, que já se manifestou a favor do prazo de 10 anos, e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), que defende 30 anos.
Os dois órgãos reguladores do Cantareira têm até o dia 18 de setembro para apresentarem uma proposta que guie o processo final de discussão da outorga, que deve ser renovada até 31 de outubro.
Disputa
A discussão sobre a renovação está longe de um consenso também em relação à quantidade de água a ser retirada. A Sabesp e o Comitê do Alto Tietê pedem a manutenção dos 33 mil litros por segundo, dos quais 31 mil l/s saem das represas na Bacia do PCJ. Já a região de Campinas quer dobrar a captação máxima do sistema de 5 mil l/s para 10 mil l/s, totalizando mais de 40 mil l/s de exploração do manancial.
Antes da atual crise, o Cantareira fornecia 36 mil l/s. Por causa da pior seca da história do manancial, a Sabesp só pode captar hoje até 14,5 mil l/s e o PCJ tem direito a 3,5 mil l/s. Ontem, o Cantareira operava com 17,4% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto, a reserva profunda das represas. Na prática, o manancial está com -11,9%.
Em sua proposta, a Sabesp afirma que é possível manter a retirada máxima em 33 mil l/s para atender a Grande São Paulo sem colocar o manancial em risco. Para isso, a estatal defende a mudança nas regras de operação dos reservatórios, adotando um modelo que "antecipa reduções gradativas de retirada de água com base em um indicador do estado do sistema". Ou seja, se a entrada de água cai, a retirada para o abastecimento também é reduzida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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