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Ministério Público pede intervenção federal no sistema prisional de Roraima

Policiais saem do Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, um dia após uma rebelião que teria sido provocada pela disputa entre facções criminosas rivais - Folha de Boa Vista
Policiais saem do Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, um dia após uma rebelião que teria sido provocada pela disputa entre facções criminosas rivais Imagem: Folha de Boa Vista

Em Boa Vista

18/10/2016 18h13

O MPRR (Ministério Público de Roraima) solicitou à PGR (Procuradoria-Geral da República) que o governo federal intervenha no sistema prisional do Estado. A decisão aconteceu após a chacina ocorrida na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde dez presos foram assassinados durante conflito entre facções criminosas, no domingo.

O promotor de Justiça, Carlos Paixão, explicou que, caso o pedido seja acatado, a competência do sistema prisional deixaria de ser atribuída ao governo do Estado. "Caso isso ocorra, o governo federal designaria um interventor para cuidar da penitenciária. Ele iria dirigir todo o sistema penitenciário e tiraria essa competência do Estado", afirmou.

A rebelião, na qual sete presos foram esfaqueados e queimados e três foram degolados, aconteceu após uma ordem vinda dos presídios do Rio, para que integrantes da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) eliminassem os integrantes do CV (Comando Vermelho ).

A PGR (Procuradoria-Geral da República) em Roraima informou que se receber do MPRR o pedido de intervenção federal no sistema prisional, ele será encaminhado ao órgão em Brasília.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RR (Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima), Hélio Abozaglo, afirmou que o Estado foi o único responsável pelas mortes no presídio. "O cidadão quando é preso passa a ser custodiado pelo Estado, que é responsável pela integridade física dele. Tudo que acontece com o preso lá dentro é responsabilidade do Estado", disse.

A governadora Suely Campos (PP) se reúne na tarde desta terça-feira, 18, com o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, para pedir ajuda para Roraima. A Penitenciária Agrícola é a maior unidade prisional do Estado, com capacidade para 740 vagas, mas abriga 1.400 presos.

Guerra de facções criminosas provocou mortes em presídio de Roraima

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