Argentina: Documentário brasileiro abre ciclo de filmes sobre esporte e ditadura
BUENOS AIRES, 27 OUT (ANSA) - O documentário "Atletas y dictadura, la generación perdida", dos brasileiros Marcelo Outeiral, Marco Villalobos e Milton Cougo sobre o desaparecimento de atletas latino-americanos durante os regimes ditatoriais abriu hoje, em Buenos Aires, o 1º Ciclo de Documentários sobre Esporte, Direitos Humanos e Ditadura.
O ciclo, que terá também mesas de debate, será encerrado amanhã com a projeção de "Mundial 78, verdad o mentira", do jornalista Christian Rémoli, que aborda a polêmica conquista argentina da Copa do Mundo daquele ano.
Entre os palestrantes, além dos autores dos trabalhos, estarão Julio Ricardo Villa, campeão mundial com a seleção argentina em 1978, e o secretário dos Esportes da Argentina, Claudio Morresi, ex-jogador de futebol, cujo irmão desapareceu durante a última ditadura argentina (1976-83).
O filme "Atletas y dictadura" foi inspirado no livro "Deporte, desaparecidos y dictadura", do jornalista argentino Gustavo Veiga, organizador do ciclo.
Os diretores brasileiros acrescentaram aos casos relatados nos livros outras histórias de atletas latino-americanos assassinados por regimes ditatoriais.
O documentário relata o caso argentino do atleta Miguel Sánchez, desaparecido em 8 de janeiro de 1978, alguns dias depois de sua terceira participação na tradicional corrida de São Silvestre.
O outro caso apresentado no filme é do ex-tenista Daniel Schapira, que chegou a estar entre os dez melhores do ranking juvenil argentino, mas foi seqüestrado no dia 7 de abril de 1977, como lembra uma placa fixada no Centro Nacional de Alto Rendimento Esportivo (Cenard), de Buenos Aires.
O documentário também conta a história de Adriana Acosta, integrante da seleção argentina de hóquei na grama, seqüestrada no dia 27 de março de 1978 pela ditadura do general Jorge Rafael Videla, hoje preso.
O quarto caso argentino do documentário vem do rugby. Cerca de vinte integrantes da equipe La Plata Rugby Club desapareceram, alguns por trabalhar em bairros pobres e outros por terem escolhido a luta armada.
"Na Argentina houve muitos mais casos que no Brasil, também pelas histórias de cada país", afirmou Villalobos. Contudo, o documentário dá espaço ao caso dos boxeadores brasileiros Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão) e Virgílio Gomes da Silva.
Osvaldão, campeão carioca com o Botafogo, foi morto em 1974 pela ditadura militar, que expôs sua cabeça em público. Já Silva foi torturado até morrer, após participar em 1969 do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick.
Os diretores brasileiros também incluíram no documentário a história de Helenira Rezende, jogadora de basquete da seleção de Assis, no interior de São Paulo, que já havia deixado o esporte quando foi morta em 1972, após se unir à guerrilha do Araguaia.
Outro jogador de basquete morto pela ditadura brasileira foi Carlos Alberto Freitas (Beto), pivô do Minas Tênis Club e dirigente da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares.
O ciclo será encerrado amanhã com o documentário sobre o Mundial de 78, cuja projeção alguns meses atrás na TV a cabo da Argentina reabriu a discussão não só sobre a legitimidade do título, mas também sobre suspeitas de doping da equipe campeã, comandada pelo técnico César Menotti. (ANSA)
O ciclo, que terá também mesas de debate, será encerrado amanhã com a projeção de "Mundial 78, verdad o mentira", do jornalista Christian Rémoli, que aborda a polêmica conquista argentina da Copa do Mundo daquele ano.
Entre os palestrantes, além dos autores dos trabalhos, estarão Julio Ricardo Villa, campeão mundial com a seleção argentina em 1978, e o secretário dos Esportes da Argentina, Claudio Morresi, ex-jogador de futebol, cujo irmão desapareceu durante a última ditadura argentina (1976-83).
O filme "Atletas y dictadura" foi inspirado no livro "Deporte, desaparecidos y dictadura", do jornalista argentino Gustavo Veiga, organizador do ciclo.
Os diretores brasileiros acrescentaram aos casos relatados nos livros outras histórias de atletas latino-americanos assassinados por regimes ditatoriais.
O documentário relata o caso argentino do atleta Miguel Sánchez, desaparecido em 8 de janeiro de 1978, alguns dias depois de sua terceira participação na tradicional corrida de São Silvestre.
O outro caso apresentado no filme é do ex-tenista Daniel Schapira, que chegou a estar entre os dez melhores do ranking juvenil argentino, mas foi seqüestrado no dia 7 de abril de 1977, como lembra uma placa fixada no Centro Nacional de Alto Rendimento Esportivo (Cenard), de Buenos Aires.
O documentário também conta a história de Adriana Acosta, integrante da seleção argentina de hóquei na grama, seqüestrada no dia 27 de março de 1978 pela ditadura do general Jorge Rafael Videla, hoje preso.
O quarto caso argentino do documentário vem do rugby. Cerca de vinte integrantes da equipe La Plata Rugby Club desapareceram, alguns por trabalhar em bairros pobres e outros por terem escolhido a luta armada.
"Na Argentina houve muitos mais casos que no Brasil, também pelas histórias de cada país", afirmou Villalobos. Contudo, o documentário dá espaço ao caso dos boxeadores brasileiros Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão) e Virgílio Gomes da Silva.
Osvaldão, campeão carioca com o Botafogo, foi morto em 1974 pela ditadura militar, que expôs sua cabeça em público. Já Silva foi torturado até morrer, após participar em 1969 do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick.
Os diretores brasileiros também incluíram no documentário a história de Helenira Rezende, jogadora de basquete da seleção de Assis, no interior de São Paulo, que já havia deixado o esporte quando foi morta em 1972, após se unir à guerrilha do Araguaia.
Outro jogador de basquete morto pela ditadura brasileira foi Carlos Alberto Freitas (Beto), pivô do Minas Tênis Club e dirigente da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares.
O ciclo será encerrado amanhã com o documentário sobre o Mundial de 78, cuja projeção alguns meses atrás na TV a cabo da Argentina reabriu a discussão não só sobre a legitimidade do título, mas também sobre suspeitas de doping da equipe campeã, comandada pelo técnico César Menotti. (ANSA)
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