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Bola da Copa usa material tóxico, diz Greenpeace

20/05/2014 12h44

ROMA, 20 MAI (ANSA) - O Greenpeace acusou o uso de substâncias tóxicas em itens esportivos da Adidas, Nike e Puma. Entre as peças que possuem elementos nocivos, está a bola oficial da Copa do Mundo, a Brazuca fabricada pela Adidas, além de chuteiras e luvas das três marcas.   


Segundo análises realizadas pelo grupo, as chuteiras da linha "Predator" (Adidas) apresentam níveis de perfluorcarbonos (PFCs), 14 vezes maiores dos limites estabelecidos pela própria marca. Os PFCs são compostos que afetam diretamente na questão do aquecimento global, estando na lista de produtos que devem ter seu uso drasticamente reduzido pelos países que assinaram o protocolo de Kyoto.   


O Greenpeace informou que os "laboratórios independentes encontraram substâncias químicas perigosas", além dos PFCs, entre elas "Nonilfenol, Ftalatos e Dimetilformamida (DMF)". De acordo com a entidade, essas substâncias "ao serem soltas no ambiente afetam a cadeia alimentar e algumas são potencialmente cancerígenas, interferindo no sistema hormonal e causando efeitos negativos sobre a reprodução".   


Sobre a Brazuca, o Greenpeace declarou que ela "está contaminada por nonilfenol, uma substância que ao ser lançada no meio-ambiente, libera gases tóxicos para os peixes e outros organismos aquáticos". Esse elemento foi encontrado também em metade das chuteiras analisadas e nas luvas de goleiro das três marcas.   


Em 17 das 21 chuteiras que foram para a análise e em metade das luvas de goleiro coletadas foram encontrados PFCs iônicos, como o ácido perfluoro-octanoico - uma das categorias mais tóxicas, de acordo com os laboratórios. Em todas as chuteiras também foram encontrados "ftalatos e DMFs", que de acordo com a explicação do Greenpeace, "interferem na reprodução humana e são nocivos ao entrarem em contato com a pele". A entidade acusa as três marcas de usarem intencionalmente e em larga escala esses tipos de elementos nocivos, "em contraste com as políticas dos próprios programas das empresas de gestão de substâncias químicas perigosas". (ANSA)
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