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China afirma que trabalho ambiental em Tianjin será "complexo e árduo"

28/08/2015 03h50

Pequim, 28 ago (EFE).- O ministro de Proteção Ambiental da China, Chen Jining, afirmou nesta sexta-feira que o trabalho de emergência que se deve fazer para proteger o meio ambiente na área do porto de Tianjin na qual ocorreram duas explosões no dia 12 de agosto é "complexo e árduo".

As declarações foram feitas durante uma reunião sobre as medidas de emergência que ainda devem ser empreendidas em Tianjin após as explosões ocorridas em um terminal com 3.000 toneladas de produtores perigosos, entre elas 700 de cianureto de sódio, segundo publicou hoje o site do Ministério de Proteção Ambiental.

Sem esclarecer quantos restos de químicos permanecem na área, o ministro chinês afirmou que uma equipe de especialistas de diferentes pontos do país se deslocou ao local para participar das operações, e que há oito dispositivos com capacidade de quase 30.000 toneladas para eliminar as águas residuais com cianureto.

Segundo informou hoje o jornal "South China Morning Post", os líderes do Partido Comunista (PCCh) estão "enfurecidos" com o governo de Tianjin por suas aparentes tentativas de inicialmente rebaixar o número de mortos, que já chega a 145 e aumenta com lentidão a cada dia nas últimas duas semanas.

Horas depois das explosões, as autoridades haviam anunciado um saldo inicial de 14 mortos, mas esse número subiu rapidamente para 44.

O jornal assinalou que, uma semana depois da catástrofe, o Departamento de Propaganda do PCCh convocou uma reunião com um grupo reduzido de meios de comunicação para estimulá-los a investigar a companhia proprietária do terminal, a Ruihai International Logistics.

Ontem, as autoridades chinesas anunciaram a detenção de 12 suspeitos da companhia, entre eles seu presidente, Yu Xuewei, o vice-presidente, Dong Shexuan, e três diretores gerais adjuntos, e o indiciamento de outras 11 pessoas.

Os indiciados são funcionários de diferentes departamentos administrativos, assim como executivos do porto de Tianjin, contra os quais foram apresentadas acusações como abandono do dever e abuso de poder, segundo um comunicado da Procuradoria Popular Suprema citado ontem pela agência oficial "Xinhua".

Entre os funcionários acusados estão o responsável da comissão municipal de transporte de Tianjin, Wu Dai, e o presidente da autoridade do porto da cidade, Zheng Qingyue.

Meios de comunicação chineses como a "Xinhua" e a revista econômica "Caijing" tinham denunciado previamente a existência de supostas conexões entre a Ruihai e o governo local que permitiram à empresa incorrer impunemente em graves irregularidades.