França e Alemanha apresentam à UE iniciativa comum para amparo a refugiados
O presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciaram nesta quinta-feira que decidiram apresentar à União Europeia (UE) uma "iniciativa comum" para enfrentar a atual crise migratória.
Essa proposição, indicou a presidência francesa em comunicado, inclui medidas sobre a organização do amparo aos refugiados, sua distribuição "justa" na Europa, a harmonização das normas para reforçar o sistema de asilo europeu e o retorno de imigrantes irregulares aos seus respectivos países.
Na conversa telefônica eles apostaram também em oferecer aos países de origem e de passagem "o apoio e a cooperação necessários".
"Milhares de vítimas morreram desde o início do ano. A União Europeia deve atuar de maneira decisiva e conforme seus valores", sublinhou a nota, que apontou que "esses homens e essas mulheres que tentam chegar à Europa fogem da guerra e das perseguições".
Ambos destacaram que esses "refugiados precisam de proteção internacional e que a Europa deve proteger aqueles para quem esta é a última esperança".
Os convênios de Genebra elaborados depois da Segunda Guerra Mundial obrigam todos os países a facilitarem essa proteção, lembraram.
O presidente francês e a chanceler alemã deixaram claro, no entanto, que aqueles "que tentarem melhorar suas condições materiais mediante vias irregulares devem ser acompanhados à fronteira de maneira digna".
A conversa precedeu a reunião interministerial que o governo francês terá hoje em Paris para analisar a atual crise migratória tanto em nível nacional como europeu.
No encontro, presidido por Hollande e previsto para às 16h (11h em Brasília), participarão, entre outros, o primeiro-ministro, Manuel Valls, e os titulares de Interior, Bernard Cazeneuve; Habitação, Sylvia Pinel; e de Energia e Desenvolvimento Sustentável, Ségolène Royal.
A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, pediu hoje aos países-membros que assuma suas responsabilidades diante da chegada em massa de migrantes e litigantes de asilo às fronteiras exteriores da União, e ressaltou que "não é possível atrasar uma ação urgente".
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