Josias de Souza

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Desvio da 'pixcaretagem' no Siafi já soma notáveis R$ 15,2 milhões

Quando a Polícia Federal começou a puxar os fios, imaginou-se que os larápios infiltrados no Siafi, o sistema de pagamentos do governo federal, conseguiram desviar, via Pix, R$ 3,5 milhões. Aos pouquinhos, o novelo se revela maior do que se imaginava. Notícia veiculada pelo Estadão informa que a "pixcaretagem" já soma notáveis R$ 15,2 milhões.

Desse total, apenas R$ 2 milhões foram efetivamente recuperados. Descobriu-se que uma parte do dinheiro foi parar numa conta no exterior. Coisa de R$ 1,5 milhão. Refazendo o percurso da verba, os investigadores verificaram que os desvios sorveram recursos do Ministério da Gestão e da Inovação e do Tribunal Superior Eleitoral.

Na penúltima descoberta, a Polícia Federal farejou o assalto de R$ 1,2 milhão do orçamento do TSE. Reservada para o pagamento de uma empresa de tecnologia contratada pela Corte eleitoral, a G4F, a verba foi transferida, em 16 de abril, para três contas bancárias que nada têm a ver com a empresa que prestou o serviço.

Procurado, o TSE não quis se manifestar. Alegou que a investigação corre em sigilo. A pasta da Gestão também optou pelo silêncio. O Tesouro Nacional limitou-se a reiterar o teor de nota divulgada no início da semana. Nela, o órgão anotou que as operações realizadas pelos invasores "não causaram prejuízos à integridade do sistema".

Em benefício da dúvida, pode-se considerar que a "integridade" do Siafi foi restaurada depois das invasões. Entretanto, fica cada vez mais difícil, à medida que as investigações avançam, chamar de íntegra uma plataforma eletrônica cuja suposta invulnerabilidade resultou em desvios avaliados, por ora, em R$ 15,2 milhões.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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