Bombardeios da coalizão árabe deixam dezenas de mortos no Iêmen

Sana, 19 set (EFE).- Dezenas de pessoas morreram nas últimas horas, entre elas ao menos 35 civis, nos bombardeios da aviação da coalizão árabe, que é liderada pela Arábia Saudita, contra áreas militares e civis em Sana, a capital do Iêmen, informaram neste sábado a agência iemenita "Saba", que é controlada pelos rebeldes houthis, e testemunhas.

Segundo a agência, 35 civis morreram e mais de 120 ficaram feridos em um levantamento preliminar dos ataques, que destruíram várias casas em bairros residenciais e se prolongaram até a madrugada.

Uma fonte da administração local citada pela "Saba" declarou que 25 civis morreram e 70 ficaram feridos em ataques contra o bairro de Al Falihi, situado na parte antiga de Sana e considerado patrimônio da humanidade pela Unesco.

Os ataques também atingiram os bairros de Al Hasba, Al Jiraf e a rua Marib, no norte de Sana, informou a agência.

De acordo com vários moradores da cidade, as equipes de resgate e vários voluntários continuaram, até primeiras horas de hoje, com os trabalhos de remoção de escombros de alguns lugares destruídos.

Várias testemunhas relataram à Agência Efe que aviões de combate atacaram pelo menos em dez ocasiões a sede do Ministério do Interior e de um quartel da polícia no bairro de Al Hasba, no norte da cidade.

As aeronaves também atacaram a antiga sede do partido do Congresso Popular, liderado pelo ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, aliado dos houthis e situada na mesma área. Além disso, uma casa de Saleh também foi atingida pelas bombas.

Os bombardeios fazem parte da maior ofensiva aérea contra Sana, cujo objetivo é enfraquecer os rebeldes, também conhecidos como Ansar Allah, para permitir que os combatentes leais ao presidente Abdo Rabou Mansur Hadi recuperem as áreas controladas pelos houthis, que decidiram recorrer à luta armada em setembro de 2014.

Ontem, outros 38 civis morreram em bombardeios aéreos da coalizão da Arábia Saudita contra as províncias de Sa'adah e Marib, no noroeste do país.

As forças de Hadi, que contam com apoio de soldados dos Emirados Árabes Unidos, tentam controlar a cidade de Marib, capital da província homônima e rica em petróleo, para depois lançar uma ofensiva contra Sana.