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Chefe do Estado-Maior francês diz que bombardeios causaram muito dano ao EI

De Paris

22/11/2015 08h37

O chefe do Estado-Maior do exército francês, general Pierre de Villiers, afirmou neste domingo que a última incursão aérea da França contra posições do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria causou muito prejuízo, mas advertiu que a guerra será longa.

"Causamos prejuízos sérios. Isso é algo que se vê através de nossos meios de inteligência de origem visual, mas também a partir de outros", disse em entrevista ao "Le Journal du Dimanche".

As cerca de 60 bombas francesas lançadas desde domingo até terça-feira na cidade de Al Raqqa, o reduto dos jihadistas na Síria, tinham como alvo campos de treinamento e centros de comando.

Essas incursões foram realizadas sob o critério "muito importante" de proteger a população: "Quando se bate em um inocente se cria uma insurreição adicional que é contraproducente", ressaltou o general.

Villiers explicou que destruir as infraestruturas de um país "não é a melhor maneira de ganhar a confiança da população, algo que é um fator-chave". Os bombardeios contra enclaves petroleiros pretendem debilitar a organização jihadista financeiramente.

A chegada este fim de semana da embarcação símbolo do exército francês, o porta-aviões Charles de Gaulle, representará para os franceses "um acréscimo operacional", porque vai triplicar sua capacidade de tiro, com 38 aviões no total.

Além disso, o grupo aeronaval em seu conjunto constitui "uma plataforma inestimável" de inteligência e reforça o papel da França na coalizão internacional, já que o porta-aviões foi para ali para substituir um americano.

O general, no entanto, advertiu que não haverá vitória "militar no curto prazo", e insistiu que um inimigo não é destruído só com bombardeios aéreos, mas no terreno, com esse tipo de apoio.

"Todo mundo sabe que no final o conflito será vencido pela via diplomática e política. Ganhar a guerra está bem, mas não será suficiente. É preciso livrar esta guerra juntos", acrescentou Villiers, que destacou que, apesar dos diferentes enfoques internacionais, o inimigo em comum é "o islamismo radical encarnado" pelo EI.