Topo

Obama defende muçulmanos "patriotas" e pede unidade contra terrorismo

Martin Bureau/AFP
Imagem: Martin Bureau/AFP

Em Washington

12/12/2015 09h44

O presidente americano, Barack Obama, defendeu neste sábado (12) em sua mensagem semanal os muçulmanos "patriotas" dos EUA e pediu unidade de todos os cidadãos para "defender o país que amamos" diante das ameaças do terrorismo jihadista.

"Uma das coisas mais importantes que podemos fazer é continuar sendo fiéis como americanos. Os terroristas como o Estado Islâmico (EI) estão usando a religião e a cultura para tentar nos dividir. É assim como avivam o medo. É assim como recrutam", apontou o líder.

A mensagem de Obama aconteceu dez dias depois do atentado de San Bernardino (Califórnia), que matou 14 pessoas e deixou 20 feridos, e após uma semana da proposta feita pelo pré-candidato presidencial Donald Trump de proibir a entrada dos muçulmanos no país.

"Do mesmo modo que os muçulmanos no mundo todo têm que continuar rejeitando qualquer interpretação torcida do Islã, todos nós temos que rejeitar a intolerância, em todas suas formas. O preconceito e a discriminação ajudam o EI e prejudicam a nossa segurança nacional", disse Obama.

Na quarta-feira, o presidente já alertou contra a intolerância por motivos religiosos em alusão à proposta de Trump, em discurso no Congresso durante a cerimônia de comemoração do 150° aniversário da 16ª Emenda da Constituição, que aboliu formalmente a escravidão nos EUA

Em sua mensagem deste sábado, Obama destacou que "a boa notícia" é que os americanos estão se "unindo para reafirmar os valores fundamentais" que mantêm o país "forte".

"Os líderes políticos de todo o espectro, democratas e republicanos, estão alçando suas vozes, energicamente, em defesa da liberdade religiosa. As igrejas e as sinagogas estão se comunicando com as mesquitas locais para nos recordar que todos somos filhos de Deus", apontou.

"Cidadãos agradecidos estão agradecendo aos patrióticos muçulmanos americanos membros e veteranos de nossas forças armadas. Ao longo da nação, os americanos estão se aproximando de seus amigos, vizinhos e colegas muçulmanos para que saibam que podem contar conosco", acrescentou sem mencionar em nenhum momento Trump.

O líder garantiu que todos os americanos são "parte de uma mesma família" e que em San Bernardino "as pessoas de toda a comunidade se uniram em vigílias para orar: cristãos, judeus, muçulmanos e outros", o que constitui segundo sua opinião "uma mensagem muita poderosa".

O presidente também adiantou que na segunda-feira irá ao Pentágono para "examinar" a manifestação da campanha militar contra o EI e "as maneiras de acelerá-la", e que durante a semana irá ao Centro Nacional Antiterrorista para comprovar as medidas que estão sendo tomadas para "prevenir ataques e proteger a pátria".