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Santos pede a jovens ibero-americanos que defendam a busca pela paz

28/10/2016 10h54

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Bogotá, 28 out (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse em entrevista à Agência Efe que é importante para a democracia que os jovens, que estão no centro da XXV Cúpula Ibero-Americana que começa nesta sexta-feira, se empoderem e tomem partido nas decisões cruciais da sociedade.

"Isso é muito importante para nossa democracia e muito importante para qualquer sociedade, que os jovens se empoderem e se apropriem das grandes decisões, e pode haver decisão mais importante para um país do que a paz?", disse Santos em referência às mobilizações ocorridas na Colômbia em favor de um acordo entre o governo do país e as Farc.

Justamente a juventude é um dos elementos que serão debatidos pelos chefes de Estado e de governo que se reúnem hoje e amanhã em Cartagena de Indias para participar da XXV Cúpula Ibero-Americana.

Junto com essa questão, os líderes abordarão a conjuntura da educação e o empreendimento em um encontro que terá a presença do rei da Espanha, Felipe VI, assim como de 11 presidentes de região ibero-americana, entre eles o próprio Santos.

"Os temas da cúpula são temas de muita relevância para qualquer país em qualquer época, sobretudo nesta", ressaltou o presidente colombiano.

Para Santos, a região ibero-americana "está competindo com outras regiões do mundo no tema da educação", assim como em "o que fazer com a juventude e em empreendimento".

Todos eles são assuntos que os países devem "ter como prioridade", e por isso ele considera que "quando existe a possibilidade de que essa prioridade seja comum e possamos criar sinergia com os países para haver melhor educação, mais inovação, e para que a juventude se firme em um melhor caminho, isso é uma garantia para que as sociedades sejam melhores".

Santos também mostrou sua esperança de que "saiam propostas concretas nesse sentido".

"Como colaborarmos mais em matéria de educação, como podemos empreender melhor em nossos negócios, em nossos jovens, como podemos desenvolver neles o espírito do empreendimento, que é tão importante e necessário em um mundo tão em transformação pela tecnologia e tão desafiador pelo que está acontecendo ao longo deste planeta", afirmou Santos.

Sobre a experiência colombiana em educação, um dos eixos de seu governo, e como pode se estender a outros países, o presidente colombiano disse que não é "tão pretensioso" a ponto de afirmar que o modelo "possa ser exportado", mas que o país está aprendendo com outras nações.

Após afirmar que a Colômbia ainda tem "muito caminho a percorrer" em matéria de educação, Santos ressaltou que foram feitas "coisas que estão tendo um impacto muito positivo na qualidade da educação", assim como no acesso a ela.

"Os últimos resultados das provas que fizemos em nossos bacharéis apontam um aumento sem precedentes na qualidade da educação", enalteceu o governante, que explicou que os programas de bolsas de estudos para os estudantes mais destacados e de poucos recursos econômicos também lhes abriu portas nas universidades particulares de prestígio.

Isso facilita, para Santos, que também aumente o nível da educação universitária e eleve "a concorrência para conseguir" vagas nos centros de ensino superior.

"Isso tem um efeito de bola de neve muito importante na educação em geral", disse.

Para Santos, a Cúpula Ibero-Americana também é uma oportunidade para que os 22 países participantes reiterem seu apoio ao processo de paz na Colômbia.

Neste sentido, explicou que para ele "foi muito importante o respaldo e o apoio da comunidade internacional", porque "legitimou muito" o processo.

As cúpulas ibero-americanas completam em Cartagena de Indias 25 anos, e Santos lembrou a segunda delas, realizada em Madri em 1992 e à qual compareceu para representar o então presidente César Gaviria, que "não pôde ir porque Pablo Escobar tinha fugido (da prisão de La Catedral)".

No trajeto que a comunidade ibero-americana percorreu desde a criação do evento, em 1991, "as cúpulas em geral" perderam força na opinião de Santos, por isso ele elogiou o fato de que agora o encontro seja bienal, ao invés de acontecer a cada ano.

A cúpula de Cartagena é a primeira realizada com um período de dois anos em relação à anterior, que aconteceu em Veracruz, no México.

Com isso, o presidente colombiano considera que se pode "amadurecer melhor qualquer decisão" e chegar a "maiores consensos".

"Acredito que na medida em que possamos identificar esses denominadores comuns nos quais podemos trabalhar todos juntos e fazer com que as cúpulas sejam mais efetivas, todos vamos ganhar, mas efetivamente há muitas cúpulas, e a quantidade afetou a qualidade", opinou.