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Morales anuncia investigação sobre Odebrecht em Parlamento da Bolívia

Walterson Rosa/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem: Walterson Rosa/Framephoto/Estadão Conteúdo

02/04/2018 11h45

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta segunda-feira uma investigação do parlamento boliviano sobre a Odebrecht, mas detalhou que nem ele, nem seu governo, estão envolvidos no caso de corrupção da construtora brasileira.

"Vou a pedir à Assembleia Legislativa Plurinacional que faça uma profunda investigação de ex-autoridades como vem sendo veiculado em alguns veículos de imprensa", garantiu Morales aos jornalistas durante um evento em La Paz.

O objetivo, acrescentou Morales, é encontrar "os autores se ocorreu extorsão, propina, em licitações para a concessão de obras".

"Sou o mais interessado, o governo é o mais interessado em que se investigue esses atos de corrupção", acrescentou o presidente boliviano.

Morales ressaltou que "o governo, o presidente não está envolvido em nenhum evento de corrupção com empresas".

O presidente boliviano reiterou que o governo não está incluído no caso Odebrecht e garantiu que qualquer caso de corrupção no país será investigado.

Morales fez essas declarações durante um evento no Comando Geral da polícia boliviana, pouco depois de publicar no Twitter que o Executivo apresentará hoje mesmo no parlamento o pedido para formar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista, integrada por deputados governistas e opositores.

A solicitação chega "depois que (o governo) obteve informação sobre a investigação que o Brasil realiza sobre a empresa Odebrecht e que cita a Bolívia", explicou Morales na rede social.

O conglomerado de empresas da Odebrecht ganhou licitações para uma série de obras na Bolívia, e algumas delas aparecem em documentos sobre supostas comissões por parte de um serviço estatal de estradas já extinto.

América Latina e África

A Odebrecht, junto com outras 15 construtoras brasileiras, protagonizou o maior escândalo de corrupção na história do Brasil ao participar de uma rede que desviou, por meio de licitações fraudulentas e contratos superfaturados, recursos milionários de uma petrolífera estatal.

O caso se expandiu por mais uma dezena de países da América Latina e da África, cujas autoridades investigam o pagamento de propina a políticos por parte da construtora.

A companhia fechou acordos de colaboração com a Justiça em Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Guatemala e Equador nos quais, além de pagar multas milionárias, reconheceu ter cometido atos ilícitos e se comprometeu a não repetir os mesmos.