Representante da ONU se reunirá com oposição síria para salvar negociação de paz
Por Dominic Evans e Samia Nakhoul
MONTREUX, Suíça, 23 Jan (Reuters) - Um representante da Organização das Nações Unidas tem uma reunião marcada com delegações do governo sírio e de seus inimigos no Lago Genebra, nesta quinta-feira, numa tentativa de resgatar as negociações de paz, após um início amargo, desta vez focando mais no cessar-fogo localizado e na troca de prisioneiros, em vez de acordos políticos.
O primeiro dia de negociações, na quarta-feira, foi dominado pela retórica violenta do governo do presidente Bashar al-Assad e de seus inimigos. Reunidos pela primeira vez em quase três anos de guerra civil, cada lado acusou o outro de cometer atrocidades e não mostraram nenhum sinal de compromisso.
Apesar da indisposição, as autoridades ainda mantém a esperança de poder salvar o processo ao dar um novo início às negociações com medidas para aliviar o sofrimento de milhões de pessoas no território sírio, especialmente em áreas isoladas, sem acesso à ajuda internacional.
"Nós tivemos algumas indicações claras de que as partes estão dispostas a discutir questões de acesso a pessoas necessitadas, e a liberação de prisioneiros e cessar-fogo locais", disse o representante da ONU Lakhdar Brahimi.
Ele tem agendada uma reunião com as duas delegações sírias separadamente nesta quinta-feira em Montreux, um balneário às margens do Lago Genebra. No início de sexta-feira, as negociações vão se mudar para Genebra, onde Brahimi irá se revezar entre as duas delegações.
Um dos negociadores da oposição, Haitham al-Maleh, disse que o humor é positivo, apesar de um primeiro dia difícil. Ele falou sobre um processo em duas fases, com medidas claras como a troca de prisioneiros, cessar-fogo, a retirada de armamento pesado e o estabelecimento de corredores de ajuda humanitária negociadas primeiro, antes da discussão sobre o futuro político.
As negociações permanecem frágeis, no entanto, com ambos os lados ameaçando se retirar -o governo diz que não debater a remoção de Assad, enquanto a oposição afirma que não permanecerá caso as conversas não parte da premissa da remoção de Assad.
(Reportagem de Samia Nakhoul)
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