Europa se põe em posição embaraçosa com crise imigratória, diz vice-chanceler alemão
COLÔNIA, Alemanha (Reuters) - A União Europeia se põe em uma posição "super constrangedora e embaraçosa" com o modo como tem lidado com a crise de refugiados enfrentada pelo bloco, disse o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, nesta terça-feira.
A crise, que compete com as guerras dos anos 1990 nos Bálcãs como a pior desde a Segunda Guerra Mundial, tem polarizado e desconcertado os 28 países membros da UE, que não possuem um sistema eficiente para lidar com a chegada de centenas de milhares de pessoas pobres e desesperadas.
Ao falar com jornalistas em Colônia, Gabriel disse ser problemático que alguns países da UE tenham se unido de maneira prática ao projeto para lidar com a crise somente no momento em que viram a chance de receber dinheiro, sem que tenham assumido papel ativo na comunidade durante períodos de dificuldades.
Alguns governos de países membros se recusaram a receber refugiados e resistiram a propostas da UE para um acordo sobre um plano comum para lidar com a crise.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira que se os membros da UE não conseguirem chegar a um acordo para uma distribuição justa dos refugiados, a zona Schengen, dentro da qual é permitida a livre movimentação de pessoas sem passaporte, seria colocada em xeque.
Gabriel, que é líder do Social-Democratas da Alemanha, um dos partidos na coalizão de governo de Merkel, disse que isso seria um terrível golpe para a UE.
"Desistir das fronteiras abertas seria um passo gigantesco para trás na história europeia", afirmou em comentários separados dados ao jornal Westdeutsche Allgemeine Zeitung.
"Com a Grécia, há o risco de se perder dinheiro. Mas agora a Europa está sob o risco de perder sua decência."
(Reportagem de Matthias Inverardi)
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