Após autorização de Parlamento, Rússia realiza primeiro ataque aéreo na Síria
A Rússia realizou nesta quarta-feira (30) seu primeiro ataque aéreo na Síria, horas após o Parlamento russo ter garantido por unanimidade ao presidente Vladimir Putin, o direito de enviar as Forças Armadas ao país árabe. O ataque ocorreu na regiões de Homs e Hama.
A ação teria atendido pedido do regime do ditador Bashar al-Assad de ajuda militar. O Departamento de Estado dos EUA confirmou ter sido informado do ataque antes de que ocorresse.
A Rússia tem aumentado sua presença militar na Síria, onde apoia as forças do governo em um conflito que coloca o país contra os militantes do Estado Islâmico e rebeldes apoiados pelo Ocidente.
Sergei Ivanov, chefe de gabinete do Kremlin, disse após a votação no Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo: "O presidente sírio pediu à liderança do nosso país por assistência militar".
Mas ele disse que a votação não significa que as forças russas irão participar do conflito e que a ação se refere somente ao uso da Força Aérea.
"Se haverá uma aliança unida, o que duvido, ou no final duas alianças - uma norte-americana e uma russa - eles terão que coordenar suas ações", disse Ivan Konovalov, especialista militar, à Reuters.
"Para Forças russas operarem lá de forma legítima... uma lei é necessária", acrescentou.
Ataque visou opositores de Assad, dizem fontes
Os ataques russos na Síria miraram grupos da oposição ao regime de Assad e não o Estado Islâmico e dessa forma apoiam o ditador, disseram fontes dos governos da França e dos EUA.
"Caso seja Homs, o que parece ser, não é o Estado Islâmico que estão atacando, mas provavelmente grupos da oposição, o que confirma que eles estão mais em apoio ao regime de Bashar do que na luta contra o Estado Islâmico", disse uma fonte diplomática francesa, em condição de anonimato.
Segundo um dos líderes da oposição política síria, os ataques aéreos russos mataram pelo menos 36 civis e tinham como alvo áreas onde o Estado Islâmico e militantes ligados à Al Qaeda não estavam.
"Todos os alvos no ataque russo hoje em Homs eram civis", disse Khaled Khoja, chefe da Aliança Nacional Síria, grupo sediado na Turquia, em sua conta no Twitter.
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