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Macri recua de proposta de suspender Venezuela do Mercosul

Marco Bello/Reuters
Imagem: Marco Bello/Reuters

Juliana Castilla

Em Buenos Aires

07/12/2015 15h53

O governo do presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, não irá tentar suspender a Venezuela do Mercosul, um recuo em relação a comentários anteriores motivado pela derrota dos socialistas nas eleições parlamentares de domingo (6).

Macri havia dito que iria propor a suspensão da Venezuela do bloco comercial por causa das acusações de abusos de direitos humanos cometidas pelo governo socialista do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmando que para tanto iria acionar a cláusula democrática do Mercosul.

O mecanismo procura punir governos antidemocráticos com o isolamento do grupo.

"A cláusula democrática se aplica a fatos, e os fatos foram as eleições de ontem (domingo). Acho que hoje podemos dizer que as eleições funcionaram tal como estabelecido no arcabouço democrático, e parece que os resultados, que foram reconhecidos pelo presidente Maduro, dão uma maioria à oposição", declarou a ministra designada das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, a uma rádio local nesta segunda-feira (7).

"Nada indica que há uma razão para a cláusula democrática ser aplicada", afirmou a ministra em entrevista à rádio Mitre.

A oposição da Venezuela derrotou o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) no domingo, conquistando a legislatura pela primeira vez em 16 anos e obtendo um plataforma há muito almejada para desafiar Maduro.

O mandatário logo reconheceu a derrota, a pior enfrentada pelo chavismo desde que seu fundador, o falecido presidente Hugo Chávez, assumiu o poder em 1999.

"Precisamos parabenizar o povo venezuelano e reconhecer que o governo deu um sinal claro de reconhecimento dos resultados das eleições", disse Susana.