Avanço no caso da vacina pode deixar Bolsonaro mais perto do banco dos réus
Apesar de não mirar diretamente Jair Bolsonaro, o avanço das investigações sobre falsificações em cartões de vacinação pode deixar o ex-presidente mais perto do banco dos réus. Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve analisar o relatório da Polícia Federal sobre a operação deflagrada nesta quinta-feira (4). A depender do conteúdo, Gonet poderá apresentar denúncia contra Bolsonaro perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
O ex-presidente é investigado em uma petição que tramita no tribunal. Se for apresentada denúncia, e se os ministros da Corte concordarem com ela, o caso será transformado em ação penal; e Bolsonaro, em réu.
Gonet está de férias. O recesso do Judiciário vai até o fim de julho. Ainda assim, ele pode, teoricamente, analisar as novas informações da PF e, se considerar necessário, apresentar denúncia contra o ex-presidente ainda neste mês.
Bolsonaro é alvo de dez petições e inquéritos no STF sobre diferentes assuntos. Até hoje, ele não foi alvo de nenhuma denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) - nem por parte de Gonet nem de seu antecessor no cargo, Augusto Aras.
Em março, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e outras 15 pessoas por participação em esquema de fraude em cartões de vacina contra a covid-19. Na época, Gonet alegou que faltavam elementos para subsidiar uma denúncia perante o STF.
Segundo o procurador-geral, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não tinha respondido sobre se os investigados usaram certificados de vacinação falsos para entrar e permanecer no país. Também alegou que os os laudos periciais de informática da maioria dos dispositivos apreendidos estavam pendentes de conclusão.
À luz das novas informações da PF, Gonet deve analisar se as pendências foram sanadas e se há elementos suficientes para a apresentação de denúncia ao STF.
Deixe seu comentário