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Após briga sobre vazamento de dados, Hillary e Sanders se enfrentam em debate

19/12/2015 11h02

Por John Whitesides

MANCHESTER, Estados Unidos (Reuters) - A líder nas pesquisas para se tornar a candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, e o rival Bernie Sanders se enfrentam em um debate potencialmente combativo neste sábado, um dia depois de ambas as campanhas entrarem em conflito após um membro da campanha de Sanders acessar indevidamente dados sobre eleitores de Hillary.

A elevação da tensão no debate entre os dois adversários, que tinham até agora evitado ataques mútuos, ocorre em um momento crucial para Sanders, que tenta reverter a liderança de Hillary na corrida para a eleição presidencial de novembro de 2016, a apenas seis semanas da primeira disputa pela nomeação, no Estado de Iowa.

Na sexta-feira, Sanders entrou com uma ação judicial para obrigar o Comitê Nacional dos Democratas a restabelecer o acesso de sua campanha aos dados de seu eleitorado, que foi bloqueado depois que a campanha do candidato acessou indevidamente arquivos gerados pela campanha de Hillary. O comitê e Sanders chegaram a um acordo durante a noite para restaurar o acesso.

O chefe da campanha de Sanders, Jeff Weaver, acusou o Comitê Nacional dos Democratas de trabalhar para proteger Hillary, destacando como exemplo o pequeno número de debates entre os candidatos do partido, exibidos em horários de baixa audiência, como no sábado à noite.

O chefe de campanha de Hillary, Robby Mook, acusou a campanha de Sanders de roubar partes de seu “roteiro estratégico” para atrair um maior número de eleitores nas votações primárias.

Os moderadores do debate na TV ABC News tentarão fazer os dois candidatos voltarem ao embate no palco, no qual Sanders já expressou sua intenção de ser mais agressivo em relação à política externa de Hillary.

O debate é o primeiro do partido desde os ataques de 2 de dezembro em San Bernardino, na Califórnia, e Sanders também está ávido para explorar suas diferenças com a ex-secretária de Estado sobre diversas questões, como o apoio dado por ela a uma zona de exclusão aérea na Síria e sua defesa, em 2011, de uma mudança de regime na Líbia, disse a campanha de Sanders.

“Ela se sai como sendo mais linha-dura em relação a algumas de suas ideias para a política externa”, disse Michael Briggs, um dos porta-vozes de Sanders. “Ele vai destacar essas diferenças muito claramente.”

Sanders pode estar ficando sem tempo para alcançar Hillary, que mantém uma liderança de dois dígitos nas pesquisas nacionais e uma vantagem menor no Iowa, Estado em que começa a disputa, em 1 de fevereiro. Ela fica ligeiramente atrás do senador do Vermont no vizinho New Hampshire, segundo Estado a votar.