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UE abre nova investigação sobre importações de aço da China

09/12/2016 11h12

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia (UE) lançou uma nova investigação para determinar se siderúrgicas chinesas estão exportando aço a preços injustamente baixos, um caso que Pequim diz ver com profunda preocupação.

A Comissão Europeia considerou que a queixa apresentada pela Eurofer, associação de siderúrgicas da UE, sobre um tipo de aço resistente a corrosão merecia ser investigada, informou o diário oficial da UE nesta sexta-feira.

A UE taxou uma ampla gama de tipos de aço nos últimos anos para conter o que as siderúrgicas europeias dizem ser uma inundação de oferta a preços abaixo do custo devido ao excesso de capacidade da China.

Em comunicado divulgado no site do Ministério de Comércio do país asiático, o diretor do departamento de investigações comerciais, Wang Hejun, informou que Pequim atribuiu "alto grau de atenção e preocupação" ao caso.

Ele afirmou ainda que os problemas do setor na Europa se deviam ao fraco crescimento econômico e culpar o excesso de capacidade da China não tinha fundamento. Segundo a autoridade chinesa, a Europa deveria analisar racionalmente os problemas enfrentados pelas siderúrgicas.

"Não deveria adotar medidas protecionistas equivocadas que limitam uma concorrência justa de mercado", disse Wang Hejun.

A investigação foi aberta pela Comissão Europeia poucos dias antes do 15º aniversário da entrada da China à Organização Mundial de Comércio (OMC).

Sob as regras atuais, a UE pode comparar os preços chineses com aqueles de outro país - neste caso, o bloco escolheu as cotações praticadas no Canadá.

No mês passado, a Comissão Europeia propôs um novo modo de tratar a China, mas a medida ainda precisa ser aprovada pelos 28 países membros do bloco e pelo parlamento europeu.

Cerca de 5 mil vagas foram fechadas na indústria siderúrgica britânica no último ano, enquanto o setor sofre para competir com as importações mais baratas vindas da China e elevados custos de energia.

Em outubro, a comissão estabeleceu uma taxa provisória de até 73,7 por cento para as importações de chapas grossas de aço, e de até 22,6 por cento para aço laminado a quente, da China.

Em casos antidumping, a UE normalmente tem até 9 meses para determinar se há motivos para imposição de sobretaxas sobre um produto e, então, mais seis meses para definir se as taxas devem ser aplicadas por cinco anos.

(Por Philip Blenkinsop, Yawen Chen e Nicholas Heath)