País supera 550 mil mortos

Como a mortalidade cresceu na 2ª onda de covid no Brasil

Por Carlos Madeiro

Hospitalizações em alta

Houve 1,2 milhão de internações de pacientes com covid entre 16 de fevereiro de 2020 e 24 de maio de 2021
EDMAR BARROS/ESTADÃO CONTEÚDO

Mais mortes

A taxa de mortalidade hospitalar saltou de 33,1% na primeira onda para 40,6% na segunda. Entre os que foram intubados, esse percentual foi de 78,8% para 84%
iStock

Recorde de internados

Comparando o pico de internações ao mesmo tempo, a segunda onda teve uma alta de 192%. Na primeira, foram 13.985 na semana entre 26/4 e 2/5 de 2020. Esse número alcançou 40.797 na semana entre 7 e 13/3 de 2021
AFP

Na segunda onda, observamos um aumento sem precedentes no número de admissões, tanto geral quanto aquelas mais graves. Nesse momento, a mortalidade dos pacientes aumentou em todas as idades e em doentes mais e menos graves. O colapso do sistema deve ser em parte responsável por esse aumento

Otavio Ranzani, epidemiologista
Lucas Landau/UOL

Mais casos e internações

Comparado à primeira onda, houve um aumento médio de internações de 59%, saltando de 14.220 para 22.703 pacientes semanais
Divulgação/Governo do Paraná

Em média, idade diminuiu

A idade dos pacientes diminuiu de 63 para 59 anos, em média. Houve, inclusive, aumento relativo de 18% na proporção de pacientes com menos de 60 anos
Danish Siddiqui/Reuters

Oxigênio necessário

Pacientes com hipoxemia (baixo nível de oxigênio no sangue) aumentaram 72%, ampliando em 74% a necessidade de ventilação não invasiva e em 53% das intubações
Carlos Madeiro/UOL

Doentes com covid-19 hospitalizados são graves e precisam de local adequado para receber tratamento junto a uma equipe multiprofissional treinada. Na segunda onda, houve uma sincronização em todo o país das admissões, o que deve ter prejudicado mais a capacidade de o sistema de saúde reagir

Otávio Ranzani, epidemiologista

Variante com mais gravidade?

A pesquisa, porém, não estabeleceu uma relação causal entre variantes, em especial a Gamma (P.1, originária no Amazonas), e aumento de casos graves ou da patogenicidade do vírus. Em abril e maio, a Gamma era responsável por 9 em cada 10 casos no país
iStock

O estudo

Os pesquisadores publicaram o artigo na revista The Lancet no dia 14 de julho com base nos dados do SIVEP-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), entre semanas de março de 2020 a maio de 2021
Bruno Kelly/Reuters

Esses achados indicam a necessidade de ação urgente para conter a transmissão, expandir a cobertura de vacinação e melhorar o atendimento crítico para covid-19, fornecendo acesso aos serviços de saúde e disseminando as melhores evidências disponíveis

Trecho do artigo
GIUSEPPE LAMI/EFE
Publicado em 29 de julho de 2021.
Edição: Lúcia Valentim Rodrigues