Por Ana Caratchuk
Jair Bolsonaro (sem partido) realizou, na semana passada, uma verdadeira dança das cadeiras no alto escalão do governo federal ao mexer em seis ministérios.
Em cerimônia a ser realizada hoje, às 10h, os novos ministros serão oficializados nos cargos - entre eles, há quem já comandava um ministério e, agora, passará a chefiar outro. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também será oficializado no cargo.
Sob pressão do Congresso, o então chanceler Ernesto Araújo deixou a pasta no dia 29. Araújo era considerado um obstáculo na relação com parceiros comerciais, como a China.
Em seu lugar, assume o embaixador Carlos Alberto Franco França. Ele não tem experiência de chefia em nenhum posto no serviço exterior.
O general da reserva Braga Netto, que ocupava a Casa Civil, é o novo comandante do Ministério da Defesa. A movimentação acontece após o ex-ministrp, o general Fernando Azevedo e Silva, ter colocado o cargo à disposição também em 29 de março.
Ele afirmou ter se recusado a apoiar um decreto de Estado de Sítio.
Com a transferência de Braga Netto para a Defesa, Bolsonaro escolheu o general da reserva Luiz Eduardo Ramos para comandar a Casa Civil.
Ramos, por sua vez, também já tinha cargo no governo: ele era ministro da Secretaria de Governo.
A Secretaria de Governo, agora, será chefiada pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF).
A pasta é responsável pela articulação política, e a decisão de Bolsonaro é vista como um aceno ao chamado centrão mirando as eleições de 2022.
A AGU (Advocacia-Geral da União) volta a ser comandada por André Mendonça, que já havia chefiado a pasta no início do governo Bolsonaro e estava era até então ministro da Justiça e Segurança Pública.
Mendonça retorna ao comando da AGU com a saída de José Levi do posto.
No Ministério da Justiça e Segurança Pública, o novo chefe é o delegado da Polícia Federal Anderson Torres. Antes, ele ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Médico cardiologista, Marcelo Queiroga é o novo ministro da Saúde - o quarto nome a comandar a pasta no governo Bolsonaro.
Ele assume o ministério no lugar do general Eduardo Pazuello, que deixou a pasta após desgastes e falhas na condução do combate à pandemia.