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Como a polícia define se vai ou não perseguir foragidos?

Por Eduardo Militão

Há mais de duas semanas, uma
força-tarefa com centenas de policiais, helicópteros e drones procura Lázaro Sousa, acusado de assassinatos e roubos em Brasília, Goiás e Bahia.

Como a polícia define se vai perseguir um foragido com tanta gente? Ou manter o cerco por tanto tempo?

Reprodução

Hoje, além do "caso Lázaro", outra perseguição já dura 20 dias em Mato Grosso. Dos 11 foragidos, armados com fuzis, seis foram mortos, dois estão presos e quatro seguem sendo caçados.

Rerodução/Câmeras de Segurança

Perigo à vida

Esse é o primeiro critério para colocar tanta gente armada, helicópteros e um monte de equipamento nas ruas e nas matas. É o que define se se vai ficar um dia ou um mês fazendo perseguições até cansar os criminosos.

Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Armas

O segundo critério é verificar se os criminosos estão com armamentos pesados, fazem reféns ou se a ação pode, no futuro, estimular crimes violentos.
Getty Images

Quem costuma definir um "evento crítico de segurança" é o comandante do batalhão de polícia mais próximo.

Depois de duas horas sem solução, o caso costuma bater no Secretário de Segurança do estado.

Divulgação/Polícia Civil-GO

No caso do Lázaro, ele era procurado desde 2018. Mas, após a chacina em Ceilândia (DF) numa quarta-feira, 9 de junho, houve comoção nacional. No sábado seguinte, a PM do DF pediu ajuda aos colegas de Goiás.

Polícia Militar do Distrito Federal

No domingo, policiais federais apareceram, contou ao UOL um militar que estava na ação. Na segunda-feira, o Secretário de Segurança de Goiás, Rodney Miranda, foi ao Entorno de Brasília comandar a operação.

Reprodução

A ampla cobertura da imprensa pressiona as autoridades de segurança, reconhecem os policiais. As notícias são verdadeiras. Mas eles creem que o noticiário amedronta a população, que passa a mandar informações frágeis ao disque-denúncia.

Você tem alguma informação ? verdadeira ? sobre as duas perseguições?
Avise às autoridades de
Goiás (61-99839-5284) e do Mato Grosso (65-99987-0349). Não espalhe boatos.

Publicado em 25 de junho de 2021.
Edição: Clarice Cardoso

Fontes consultadas: especialistas em segurança pública do Ministério da Justiça, da PM e da Polícia Civil, investigadores das operações e pesquisador Lucélio França, autor do livro "Alpha bravo: crimes violentos contra o patrimônio".

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