Fósseis revelam como eram os animais pré-históricos

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"Megalossauro bucklandii" é o primeiro nome científico dado a uma espécie de dinossauro, registrado ainda em 1824 - apesar de o termo ter sido cunhado décadas mais tarde. Ele foi identificado a partir dos fósseis de uma mandíbula (detalhe à direita), alguns dentes e um osso do quadril encontrados na Inglaterra por William Buckland. Como se sabia pouco sobre os dinossauros no século 19, imaginava-se que o Megalossauro era, como adianta seu nome, um "grande lagarto" que rastejava sobre quatro patas (ilustração principal). Na verdade, o dinossauro era um bípede carnívoro que media 8 metros e tinha grandes e afiadas garras nas patas dianteiras e pescoço curto
Mark Witton/Natural History Museum of London
Ossos fossilizados descobertos em 1930 na Tanzânia, na África, podem ser do dinossauro mais antigo já encontrado pelo homem, segundo recente pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. O "Nyasasaurus parringtoni" viveu no Triássico médio, há cerca de 243 milhões de anos - ou seja, a linhagem de dinossauros apareceu de 10 a 15 milhões anos antes do que se pensava anteriormente. Ele pesava de 20 a 60 quilos e era bastante comprido: media 80 centímetros de altura, 3 metros de comprimento e tinha um rabo de até 1,5 metro
Julius Csotonyi e Royal Tyrrell Museum
Fósseis de 75 milhões de anos descobertos em outubro de 2012 na província de Alberta, no Canadá, são os primeiros registros de dinossauros com plumas da América do Norte - até então, esses animais pré-históricos só tinham sido descobertos em poucos lugares na Ásia. Os cientistas encontraram vestígios de plumas fossilizadas nos esqueletos de três ornitomimídeos (imitadores de aves), sendo um jovem e dois adultos (à direita). Os animais tinham penachos desde o início da vida, mas as grandes penas só se desenvolviam mais tarde, debaixo das patas dianteiras - na fase adulta, elas ficavam totalmente cobertas, como se fossem "asas" Mais
Tyler Keillor/University of Chicago
Paul Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago, descobriu uma nova espécie de heterodontossauro enquanto fazia uma pesquisa nos fósseis da coleção da Universidade de Harvard, também nos Estados Unidos. O "Pegomastax africanus" é considerado um dinossauro anão, pois ele tinha menos de 60 centímetros de comprimento e era mais leve do que um gato, como descreve a pesquisa no periódico ZooKeys, de outubro de 2012. A pequena criatura, que habitou a África do Sul há 200 milhões de anos, era coberta por espinhos, e usava o bico curto como o de um papagaio, as presas afiadas nas mandíbulas superiores e inferiores apenas para esmagar as plantas, já que era herbívoro Mais
Carl Buell/American Museum of Natural History/AFP e S. Goldberg, M. Novacek/AMNH/AFP
O antecessor comum dos mamíferos placentários, entre eles o ser humano, foi um diminuto insetívoro que se diversificou depois da extinção dos dinossauros há cerca de 65 milhões de anos. A equipe de cientistas reconstruiu o aspecto do animal após estudar por seis anos milhares de características morfológicas e genéticas, tanto de mamíferos vivos como de fósseis Mais
Júlio César Guimarães/UOL e Divulgação Museu Nacional/UFRJ
O fóssil do terceiro maior pterossauro que sobrevoou o planeta, há cerca de 110 milhões de anos, foi encontrado na bacia do Araripe, no Nordeste do Brasil, comprova pesquisa de dez anos do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O "Tropeognathus" tinha 8,5 metros de envergadura (comprimento medido pela asa) e seu esqueleto estava quase todo preservado - os cientistas recuperaram, inclusive, o crânio do animal pré-histórico na chapada nordestina Mais
University of Southampton e PloS One
Uma espécie desconhecida de pterossauro foi batizada de "Vectidraco daisymorrisae" em homenagem a uma menina. Quando tinha apenas cinco anos, Daisy Morris encontrou restos fossilizados do réptil voador na praia de Atherfield, que fica na Ilha de Wight, no Reino Unido, mas só em março de 2013, quatro anos depois, a descoberta foi comprovada Mais
STMN/AFP e Divulgação
O "Sapeornis", uma espécie de ave que viveu há mais de 120 milhões de anos, tinha quatro asas, e não duas, antes de a evolução levá-los a abandonar suas penas traseiras em favor dos pés escamosos. As asas extras tornaram-se patas com penas e, segundo estudo publicado em março de 2013, pode ter ajudado as criaturas a fazer manobras no ar, enquanto as asas dianteiras eram usadas para voar ou planar Mais
D. Mazierski/Debivort/Creative Commons/D. Mazierski e D. Scott com fotos de A. Le Blanc
Cientistas descobriram embriões de dinossauro de cerca de 190 milhões de anos em ovos fossilizados em Yunnan, na China. Ao estudar os ossos do fêmur de embriões do Lufengosaurus em diversos estágios de desenvolvimento, os cientistas podem aprender como ele crescia Mais
Emily Willoughby/detalhe- University of Alberta
Antigo dinossauro que se parecia com aves comia peixes, indica pesquisa publicada na revista Evolution. Um fóssil recém-descoberto (detalhe) de um dinossauro com penas do Cretáceo conhecido como Microraptor (na impressão artística), encontrado no nordeste da China, estava acompanhado por ossos de peixes. Os cientistas acreditam que estes peixes estavam no intestino do dinossauro quando morreu. Estudos anteriores sugeriram que o dinossauro do tamanho de um falcão, que viveu há cerca de 120 milhões de anos, era capaz de fazer voos curtos e controlados, com suas quatro asas. Além dos ossos, os dentes do dinossauro tinham uma posição angulada, adaptação correspondente às encontradas em outros comedores de peixes. Ele também comeria pequenas aves e mamíferos, o que faz com que sua alimentação flexível seja um destaque que pode explicar porque sua família, os "raptors", se espalharam com sucesso no período
Mauricio Antón & Patrick O'Connor/Ohio University
Equipe internacional de cientistas descobriu a evidência mais antiga do elo entre primatas do Velho Mundo, que inclui hoje babuínos e macacos, e do Novo Mundo, grupo que deu origem a símios e hominídeos. O grupo liderado pela paleontóloga Nancy Stevens encontrou dois fósseis na Tanzânia, na África, que mostram que os dois grupos se separaram de seu ancestral comum no final do Oligoceno, entre 25 milhões e 30 milhões de anos atrás. A mandíbula com alguns dentes preservados (detalhe à direita) pertenceu a um "Rukwapithecus fleaglei", um hominídeo até então desconhecido (centro da ilustração), enquanto o molar foi de um "Nsungwepithecus gunnelli" (de perfil, à direita), nova espécie de um cercopitecóide (macaco com cauda), indicam as análises genéticas dos fósseis Mais
Masato Hattori; Thierry Hubin/IRSNB
Cientistas encontraram um fóssil preservado em uma placa de xisto na China que pode ser da criatura mais antiga da linha evolutiva das aves. Batizado de "Auronis xui", o animal viveu há cerca de 160 milhões de anos, media cerca de 50 centímetros e, provavelmente, corria muito rápido. Além disso, os pequenos dentes sugerem que ele se alimentava de insetos. Essa descoberta ajudou a devolver o Archaeopteryx à árvore da vida como um dos ancestrais das aves modernas. Dois anos atrás, um estudo chinês havia rebaixado a criatura do período Jurássico à classe comum dos dinossauros alados Mais
Xijun Ni, Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology, Chinese Academy of Sciences/AP e EFE
Restos fossilizados de 55 milhões de anos achados na China (à direita) revelaram ser do primata mais antigo já conhecido pelo homem. De acordo com o paleontólogo Xijun Ni, da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, o "Archicebus achilles" tinha apenas alguns centímetros de altura, pesava pouco mais de 30 gramas e era adaptado para viver em árvores. Com membros delgados, uma cauda longa e dedos finos, "deve ter sido um excelente saltador de árvores, ativo durante o dia, e que se alimentava principalmente de insetos", destaca o autor do estudo publicado na revista Nature Mais
Adam S. Smith/Plos One
Um aposentado descobriu um crânio de cerca de dois metros de um pliossauro, um réptil marinho pré-histórico gigante, na Inglaterra. Chamado de "Pliosaurus kevani" em homenagem a Kevin, o descobridor, o animal que era carnívoro teria sido o maior predador do Jurássico Superior, que foi de 160 a 145 milhões de anos atrás, com aproximadamente 12 metros de comprimento. A descoberta foi publicada na revista Plos One de maio de 2013
University of Manchester, Museum für Naturkunde Berlin
Paleontólogos da Universidade de Manchester, no Reino Unido, descobriram que o "Archaeopteryx", elo perdido entre os dinossauros e as aves, tinha uma coloração diferente do previsto até então. A análise química com raios-X dos fósseis revelou que as penas do animal que viveu há 150 milhões de anos tinham uma pigmentação mais clara e com uma borda escura apenas em um dos lados e nas pontas, e não eram todas pretas como os cientistas acreditavam anteriormente. "Essa descoberta é um grande passo adiante no nosso entendimento da evolução da plumagem e também na preservação das penas", diz o paleontólogo Phil Manning, autor principal do estudo publicado no 'Journal of Analytical Atomic Spectrometry', do Royal Society of Chemistry
Raúl Martín e Divulgação
Equipe da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisou um fóssil achado em 2006 e descobriu uma nova espécie de dinossauro, que é "parente" do triceratops. O "Nasutoceratops titusi" (foto), que viveu há 75 milhões de anos no meio-oeste norte-americano, tem um focinho longo e chifres excepcionalmente grandes, os maiores do seu grupo. O peso de três toneladas e o comprimento de cinco metros conferia uma aparência intimidadora, mas o dinossauro era herbívoro e se alimentava apenas das plantas dos arredores pantanosos Mais
April Isch, Zhe-Xi Luo, University of Chicago
Equipe internacional de paleontólogos revelou como seria o "Megaconus", que viveu há cerca de 165 milhões de anos. O animal, que era conhecido apenas por seus dentes pequenos e bem afiados, bagunçou a árvore genealógica quando o grupo liderado por Thomas Martin, da Universidade de Bonn (Alemanha), descobriu que ele tinha pelagem curta, característica até então dos mamíferos. Considerado agora como um "ancestral" do esquilo, o "Megaconus" tinha o tamanho aproximado de um rato, comia vegetais mais firmes e se locomovia basicamente no chão, já que suas garras não tinham curvatura suficiente para que ele saltasse entre os galhos das árvores. O estudo foi feito a partir de um fóssil (detalhe à direita) encontrado no Noroeste da China Mais
University of Chicago
Um fóssil de 160 milhões de anos (detalhe, à esquerda) descoberto com esqueleto quase completo na China revelou ser da espécie de roedor mais antiga já conhecida. Batizada de "Rugosodon eurasiaticus", a criatura pertence ao grupo dos mamíferos multituberculados, pequenos roedores que se desenvolveram na era dos dinossauros e desapareceram do planeta há 60 milhões de anos. Eles tinham tornozelos flexíveis, que os ajudavam a escalar árvores, e dentes afiados capazes de morder tanto plantas quanto animais Mais
Brian Choo/Chinese Academy of Sciences/Nature/AFP
Um fóssil de 419 milhões de anos (acima, em destaque) achado na represa de Xiaoxiang, na China, é do vertebrado mais primitivo a ter uma mandíbula moderna, incluindo o osso da arcada dentária, revela equipe de paleontólogos. Com forte carapaça, o "Entelognathus primordialis" (ilustração) era um peixe da extinta família dos placodermos, com um crânio complexo e pequeno e ossos na mandíbula Mais
EFE
Cientistas descobriram um fóssil no norte da Austrália que seria de um ornitorrinco carnívoro gigante, com um metro Mais
Divulgação/Universidade de Utah
Uma nova espécie de tiranossauro foi descoberta em Utah, centro-sul dos Estados Unidos. Os ossos de seu crânio revelaram uma fera de 80 milhões de anos dele que é o primo mais velho conhecido até agora do lendário T. rex Mais
AP/Proceedings of the Royal Society B, Mauricio Anton
Cientistas encontraram fóssil do ancestral mais antigo de grandes felinos, de 4,4 milhões de anos, chamado de "Panthera blytheae". A reconstrução artística foi feita por Mauricio Anton para o jornal "Proceedings of the Royal Society B" com base no crânio achado quase completo no Tibete Mais
Octávio Mateus/Serguei Krasovskii
Dinossauro português foi o maior predador terrestre da Europa no Jurássico. Pesquisadores da Universidade Nova Lisboa classificaram uma nova espécie de dinossauro que viveu há 150 milhões de anos e o chamaram de "Torvosaurus gurneyi". Ele tinha mais de dez metros de comprimento, pesava quatro a cinco toneladas e tinha dentes bem afiados, o que indica o hábito predador do animal. O maxilar do dino foi encontrado em 2003 por um paleontólogo amador a 70 quilômetros ao norte de Lisboa. Também foram encontrados dentes, uma vértebra da cauda e uma costela. Na época não foi possível classificar o animal como uma nova espécie. Agora, sabe-se que ele é um torvossauro, primo de outro dinossauro do mesmo gênero encontrado nos EUA. A pesquisa foi publicada na revista Plos One. Animais maiores como o tiranossauro rex (12 metros) viveram em um período posterior, o Cretácico
Marianne Collins/ Nature
Um fóssil de um Metaspriggina, um peixe sem mandíbula de cerca de 60 mm de comprimento que viveu no período Cambriano -- há mais de meio bilhão de anos atrás -- deu origem a ilustração do animal que fornece informações precisosas aos cientistas sobre os primórdios da vida dos vertebrados na Terra. Pesquisadores afirmaram na última segunda-feria (9) ter encontrado aproximadamente cem fósseis desta espécie em montanhas rochosas canadenses, nos Estados Unidos e em outros três locais, muitos deles maravilhosamente preservados e com estruturas corporais primitivas que evoluíram para mandíbulas
Georg Oleschinski/via Reuters/Oscar Sanisidro/Ilustração
RATO ANCESTRAL - RATO ANCESTRAL - A descoberta de um fóssil de 125 milhões de anos pode ajudar os cientistas a entender a evolução das espinhos e dos pelos entre mamíferos. O fóssil da espécie "Spinolestes xenarthrosus", semelhante a um rato, foi encontrado em Cuenca, na Espanha. Este fóssil estava muito bem preservado, com pelos (e seus folículos preservados), além de órgãos e tinha até uma infecção por fungos. Antes dele, o animal com pelos e espinhos mais preservados que se tinha notícia tinha cerca de 60 milhões de anos a menos que este. Acredita-se que os "Spinolestes xenarthrosus" mediam cerca de 24 centímetros e possuíam um peso estimado entre 50 e 70 gramas. Os resultados foram obtidos por pesquisadores da Universidade Autônoma de Madri e da Universidade de Chicago e serão publicados na revista Nature nesta quinta-feira (15)