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Equador declara emergência nas ilhas Galápagos

11/04/2007 10h50

O presidente do Equador, Rafael Correa, baixou um decreto que considera o arquipélago Galápagos sob risco e diz que a preservação da sua biodiversidade passou a ser uma prioridade nacional.

Correa também determinou a prisão de um sargento e a destituição dos comandantes da Base Aérea de Baltra e do capitão do porto Ayora, além de abrir um inquérito administrativo sobre a atuação da diretora do Parque Nacional de Galápagos.

Essas medidas são conseqüência dos confrontos registrados no último dia 16 entre militares da Aeronáutica equatoriana e funcionários do Parque Nacional.

Os guardas florestais e a diretora do parque alegam ter sido agredidos fisicamente por vários militares, que estariam defendendo um grupo de turistas que pescava e acampava em uma área de reserva.

Os militares, por sua vez, afirmam que os guardas do parque atuaram de forma "prepotente" e fora de sua autoridade, já que o local estaria dentro da área da base aérea de Baltra. Eles também dizem que um dos homens foi agredido.

Patrimônio universal

As ilhas, consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), abrigam dezenas de espécies de animais e plantas em risco de extinção e ficam a mil quilômetros de distância da costa do país.

Nesta semana, uma delegação da Unesco visita o arquipélago. A agência acredita que o intenso fluxo de turistas, a introdução de outras espécies e a superexploração pesqueira ameaçam o ecossistema das ilhas, de acordo com a edição desta quarta-feira do jornal equatoriano El Comercio.

Segundo o periódico, a especialista em Ambiente e Turismo Sustentável do Ministério do Turismo do país, Tatiana Calderón, admitiu que "foram cometidos erros no gerenciamento das Galápagos".

E uma reunião do Instituto Nacional Galápagos (Ingala) em 15 dias pode decidir inclusive "a possível suspensão temporária de novas concessões para exploração turística e para tráfego aéreo", disse El Comercio.

O biólogo marinho Gunter Reck, especializado nas ilhas, deu ao jornal declarações céticas sobre o decreto presidencial, dizendo que a medida já foi tomada em administrações anteriores, inclusive durante outra visita de missão da Unesco, mas não medidas concretas não chegaram a ser implementadas.