Câmara avança em projetos de ajuste fiscal, mas sem compromisso com votação

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (4), os requerimentos de urgência dos dois projetos de lei do pacote de corte de gastos, enviados pelo governo Lula (PT).

O que aconteceu

Votação apertada coloca em risco aprovação dos projetos. O primeiro pedido foi aprovado por 260 votos favoráveis e 98 contrários. Já o segundo por 267 a 156. Era necessário ter maioria absoluta, ou seja, 257 votos para aprovar os requerimentos.

Aprovação do requerimento de urgência permite votar o projeto de lei a qualquer momento no plenário. Com as urgências aprovadas, as propostas não precisam passar pelas comissões temáticas.

PL e Novo obstruíram a votação. Já o PSOL foi contrário à votação da urgência.

Não há compromisso com a aprovação do conteúdo do projeto. A votação da urgência aconteceu após uma reunião do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os líderes de partidos. De acordo com as lideranças, houve um apelo do governo e do deputado alagoano para análise dos requerimentos. No entanto, não há acordo para apreciação da proposta.

Pagamento das emendas parlamentares causou mal-estar na Câmara. Apesar da autorização do governo para liberar R$ 7,8 bilhões de emendas individuais e de bancadas, os deputados ainda não estão satisfeitos com a decisão do ministro do STF, Flávio Dino, que liberou a execução dos recursos com regras mais rígidas.

Pacote fiscal

Governo já mandou dois projetos para o Congresso. Um dos textos faz alterações a lei do arcabouço fiscal impondo um teto para a compensação de créditos tributários e propõe um bloqueio de 15% das emendas parlamentares. Já o outro projeto ajusta a regra de valorização do salário mínimo às regras do arcabouço fiscal, limitando o crescimento a 2,5% ao ano e trata das regras do Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

PEC também foi protocolada. A proposta traz mudanças no abono salarial, no Fundeb e na prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e faz ajuste nos subsídios e subvenções e na variação de recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) ao IPCA.

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Governo corre contra o tempo para aprovar pacote de corte de gastos. O Executivo tem até o dia 20 de dezembro, último dia de trabalhos do Legislativo antes do recesso parlamentar, para votar todas as propostas de contenção de gastos.

14 comentários

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Marco Antonio Pio

Todo projeto do governo,  vai ser um balcão de negócio. Esse congresso é um lixo. Só estão preocupados com o seu $,.pouco se importando com as ideias dos projetos. Aliás, só querem passar a boiada,  PEC das privatizações da praia, contra aborto legal, cassinos. Aliás, a direita do Deus,.Pátria e família estão favoráveis a esses projetos. 

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Ricardo Santa Maria Marins

Sou favorável às emendas se o congresso nacional decidir votar a LDO já, imediatamente. Sem chantagear o STF. E concluir a votação não a mera e inútil urgência do elemento fiscal e tributário, a urgência é pura chantagem, enganação. Mas com a ressalva da transparência, com a indicação de quem entrega a grana e quem recebe a grana e o que aconteceu após a entrega da grana. Caso contrário, ficarão sem nada o congresso nacional, pois, não haverá como cumprir as obrigações em 2025. E o governo denuncie ao POVO BRASILEIRO o que o congresso nacional, deputados/as federais e senadores/as estão aprontando contra o BRASIL e contra o POVO BRASILEIRO. Se o BRASIL tiver problemas em movimentar orçamento em 2025 a culpa e responsabilidade será do congresso nacional, deputados/as e senadores/as. E que os Estados cobrem a obrigação que o congresso nacional onde estão seus representantes legais, expliquem a razão da CHANTAGEM contra o POVO BRASILEIRO e o BRASIL.

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Ricardo Santa Maria Marins

Urgência nada tem a ver com análise de conteúdo. Neste caso, tem a ver com CHANTAGEM propinatória. OPINIÃO!

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