Topo

Mosquito invasor ameaça ecossistema da Antártida

Espécie invasora de mosquito pode ameaçar ecossistema da Antártida - AFP
Espécie invasora de mosquito pode ameaçar ecossistema da Antártida Imagem: AFP

19/12/2012 08h25

Uma espécie invasora de mosquito pode alterar drasticamente ecossistemas que, por milhões de anos, se mantiveram isolados na Antártida, revela novo estudo. 

Os mosquitos podem liberar grandes quantidades de nutrientes no solo, o que mudaria a maneira com que as espécies nativas têm vivido e evoluído, segundo levantamento do centro de pesquisas britânico British Antarctic Survey. 

A equipe acrescentou que a espécie, uma variedade conhecida como Eretmoptera murphyi, possui características que lhe permite sobreviver em condições extremas.

"O principal papel na natureza desse animal é remover o lixo. Em outras palavras, ele ajuda a decompor coisas no solo. O problema é que a densidade populacional do mosquito na área em que tal espécie foi introduzida já é responsável por remover mais lixo do que a comunidade que já se encontrava ali", explica o pesquisador Peter Convey, responsável pelo estudo.

Isto poderia indicar uma mudança significativa no funcionamento do ecossistema local, acrescentou Convey.

Ecossistema ameaçado

Em entrevista à BBC, Convey disse que o principal risco é o deslocamento ou a extinção de espécies únicas que existiam naquela parte da Antártida. 

O caso do Eretmoptera murphyi é apenas parte de um problema maior de espécies invasoras na Antártida. Segundo a equipe que liderou o levantamento, cerca de 5.000 membros da comunidade científica e 30 mil turistas visitam a área a cada ano.

"O maior risco é que essas pessoas trazem consigo espécies que nunca habitaram a região. Por exemplo, se suas botas estiverem com lama, novos bichos podem depreender-se delas e colonizar a área", explica.

As espécies de mosquitos analisadas pela equipe de cientistas têm a capacidade de sobreviver em diferentes condições em toda a região, o que pode provocar um impacto amplo e duradouro.

"Se não tomarmos cuidado na forma como nos movemos, podemos nos tornar um vetor de transporte muito importante - e perigoso", disse Convey.