Missão Rosetta está pronta para fazer história com primeiro pouso em cometa
Chegou o momento da verdade para a missão Rosetta, que se encontra a 500 milhões de quilômetros da Terra. Após iniciar sua viagem há dez anos, a sonda espacial vai desprender o robô Philae, que deverá fazer uma manobra semelhante a uma queda livre no espaço em direção a seu alvo: o cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko. O sinal de confirmação de que a operação histórica está a caminho chegará ao centro de controle por volta das 7h03 (horário de Brasília) desta quarta-feira (12).
Somente sete horas depois é que os cientistas nervosos no centro de controle da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que faz a transmissão ao vivo pela internet, terão certeza de que o robô pousou com sucesso sobre o cometa. Ou não.
A sonda Rosetta, que custou à agência o equivalente a R$ 4 bilhões, conseguiu “alcançar” o cometa 67P em agosto e iniciou seu voo ao redor do cometa para conferir sua superfície e descobrir o melhor lugar para seu robô Philae.
Com tamanho semelhante ao de uma máquina de lavar roupas, o robô está programado para pousar em uma área de um quilômetro quadrado, que foi batizada pelos cientistas de Agilkia. Entre precipícios e descidas, com rochas e buracos em sua superfície, é a melhor chance da missão. Ainda assim não há garantia de que Philae seja capaz de fazer a manobra. Vale lembrar, o cometa está viajando no espaço e não é um alvo estático.
Veja como será o pouso do robô Philae sobre o cometa 67P
Se tudo sair conforme planejado, o robô Philae fará a descida de 22 quilômetros em silêncio, atingindo seu alvo no que seria a “cabeça” do cometa por volta das 14h02 (horário de Brasília).
“Nosso entusiasmo está aumentando, assim como nosso nervosismo”, afirmou Hermann Boehnhardt, cientista-chefe do pouso do robô Philae ao jornal britânico The Guardian. “Nossa atenção, no momento, está nos engenheiros e na aterrissagem.”
O robô é dotado de um mecanismo de fixação em suas pernas, que lançará arpões na superfície do cometa, prendendo-se ao 67P.
Se toda a ciência espacial perseverar sobre as dificuldades, a missão Rosetta poderá dar início então à coleta de dados que, há dez anos, só poderia ser sonhada. Dotado de vários mecanismos, o robô coletará amostras do solo, fará análises e enviará fotos do núcleo --à medida que o cometa 67P continuará expelindo poeira e gelo em sua jornada rumo ao Sol
Essas informações ajudarão os cientistas a concluir se foi o bombardeio de cometas há bilhões de anos que teria trazido água e moléculas orgânicas simples para a Terra, abrindo caminho para a vida em nosso planeta.
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