Topo

O Universo imita Star Wars: conheça exoplanetas iguais aos da saga

Montagem Star Wars 2 - Reprodução - Reprodução
Da esquerda para a direita: Bespin e o gigante gasoso Júpiter; Kamino e Kepler-22b; Coruscant e Kepler-452b
Imagem: Reprodução

Fernando Cymbaluk

Do UOL, em São Paulo

13/12/2017 04h00

Com a descoberta de inúmeros exoplanetas pela astronomia, os cientistas têm buscado inspiração para descrever de forma criativa como eles seriam. E a principal é Star Wars. Planetas do filme como Mustafar, palco da batalha final entre Anakin e Obi-Wan, seria como Kepler-10b e Kepler-78b, mundos muito quentes e repletos de lava. Já OGLE-2005-BLG-390 foi apelidado como Hoth, o planeta gelado de Guerra nas Estrelas. 

A vida imita a arte, a realidade imita a ficção. E o Universo, seguindo a regra, tem imitado bastante a saga de George Lucas. “Pelo fato de Star Wars ser muito livre e não forçar nada, os cientistas começaram a encontrar coisas parecidas com o imaginado no filme”, explica o astrofísico Gustavo Rojas, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

Veja também:

Contudo, apesar das semelhanças entre exoplanetas e os planetas de Star Wars, nem todos são tão convidativos para pousos e visitas, muito menos para batalhas ou romances como os do filme. Para o astrônomo Naelton Mendes de Araújo, do Planetário do Rio de Janeiro, o mundo vulcânico de Mustafar não permitiria que se respirasse. “Seria cheio de vapores sulfúricos e pó de vidro derretido que viraria agulhas dentro do pulmão... nem usando a ‘força’ daria para sobreviver a isso”, diz.

Bespin, outro planeta de Star Wars comparado pela Nasa (Agência Espacial dos EUA) a astros já conhecidos, poderia até ser mais plausível para a construção de uma cidade. No filme, edifícios ficam suspensos sobre as nuvens de um gigante de gás como Júpiter.

“Bespin tem 117.000 km de diâmetro, pouca coisa maior que Júpiter, que tem 114.000 km de diâmetro. É um pouco difícil de engolir a zona de habitabilidade na altura da ‘Cidade das Nuvens’. Mas vá lá, não é tão absurdo”, afirma Araújo.

Montagem Star Wars 1 - Reprodução - Reprodução
Da esquerda para a direita: Hoth e o exoplaneta OGLE-2005-BLG-390; Mustafar e Kepler-10b; Tatooine e um sistema binário
Imagem: Reprodução

E a cena, que tanto chama a atenção dos fãs, do nascer do Sol -- ou melhor, de dois sóis -- em Tatooine, terra natal da família Skywalker, não seria tão incomum assim em exoplanetas espalhados pelo Universo, repleto de estrelas binárias.

“Não sabemos exatamente qual a exata proporção de planetas orbitando estrelas duplas”, conta Araújo. Para ele, dificilmente seriam habitáveis devido a diferença de temperatura. “Mas há uma chance de que as duas estrelas sejam próximas uma da outra. Assim, o efeito final é de uma estrela só”, completa.

Star Wars não muito distante

Existem planetas no nosso próprio Sistema Solar que permitem comparações com os mundos de Star Wars. Poderíamos pensar na colonização de Vênus com prédios como o da Cidade das Nuvens de Bespim. “A superfície de Vênus é hostil, mas se a cidade flutuasse a certa altitude, ali as temperaturas seriam excelentes, adequadas para humanos sobreviverem”, diz Rojas. Ou então em viagens tripuladas para luas como as de Júpiter e Saturno, geladas como Hoth.

Fato é que essas comparações, principalmente quando se trata de exoplanetas, ainda estão mais próximas da imaginação do que da realidade.

“Esses exoplanetas não são fotografados. Ou seja, não temos uma imagem deles. Apenas medidas indiretas da luz da estrela principal que nos sugerem distância, massa, tamanho e possível composição”, diz Araújo. “É um chute, bem embasado, mas não deixa de ser um chute”, completa.