É falso que vídeo mostre caminhonete sendo ligada com ímã
Pedro Vilas Boas
Colaboração para o UOL, em Salvador
16/08/2023 15h20Atualizada em 16/08/2023 15h20
Um vídeo que circula pelo Whatsapp e nas redes sociais não mostra uma caminhonete Toyota Hilux sendo ligada com o uso de um ímã, como afirma a mulher na gravação. Na verdade, o material seria um componente interno da chave de ignição.
O pedido de checagem foi enviado por um leitor do UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o vídeo
A mulher que aparece no vídeo diz que é policial civil em Rio Branco (AC) e prendeu um homem que teria furtado a caminhonete. O próprio preso teria informado a ela como ligar o carro com a ajuda de um ímã.
"Ele falou: 'você vai olhar do lado do painel e vai ter um pequeno pedaço de ímã. Você vai apertar o freio e, com o pedaço de ímã na mão, dar partida no veículo'", conta a mulher.
O carro é ligado após a suposta policial usar o objeto.
Por que é falso
A assessoria de imprensa da Toyota confirmou ao UOL Confere que o objeto que aparece no vídeo não é um ímã. "Mas sim algo que se assemelha a um componente interno da chave de ignição, que pode ter sido extraído de uma das chaves originais do veículo ou clonado ilegalmente. Portanto, é importante ressaltar que essa ação não denota um defeito de produto, mas sim uma cópia não autorizada da chave eletrônica do carro".
A empresa ainda diz que não registrou falhas relacionadas ao sistema da caminhonete. "Amplamente utilizado por várias marcas automotivas em todo o mundo, e que está sempre em busca de constantes melhorias para seus veículos".
A colunista Paula Gama, do UOL Carros, ouviu o engenheiro mecânico André Maria, especialista em defeitos crônicos em veículos, sobre o vídeo (aqui). Ele reforçou a versão apresentada pela montadora.
O especialista, proprietário da AutoCenter Confiar, explica que o golpe pode ter sido aplicado, por exemplo, por um mecânico ou manobrista que teve acesso ao veículo. Ele ressalta que o criminoso precisa ter acesso à chave original do carro para aplicá-lo.
Nesta época de muita tecnologia, se o profissional reparador não for sério e o fabricante não tiver implementado maneiras de tentar evitar fraudes, um mecânico mal-intencionado pode programar um transponder [dispositivo presente nas chaves de ignição] extra para ser usado em um futuro furto Engenheiro mecânico André Maria
O UOL Confere não conseguiu contato com a Polícia Civil do Acre.
Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.
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