Post tira de contexto fala de Érika Hilton sobre PEC contra escala 6x1
Hygino Vasconcellos
Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)
19/11/2024 15h37
Uma fala da deputada federal Érika Hilton (PSOL) é tirada de contexto para dar a entender que a elaboração da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) contra a escala 6x1 não considerou estudos sobre o tema.
Na verdade, as postagens desinformativas exibem apenas um trecho de uma entrevista da parlamentar à GloboNews. No programa completo, ela diz que a proposta considerou estudos de outros lugares do mundo com jornadas de trabalho mais flexíveis. A deputada, no entanto, afirmou que não há análises específicas sobre possível aumento no preço de medicamentos.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
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O que diz o post
Postagem que circula no Instagram traz o seguinte texto: "Deputade Érika Hilton confessa que não fez estudo de impactos negativos da PEC que acaba com a escala 6x1".
Logo abaixo, é colocado o vídeo de uma entrevista da deputada à Globonews. Nele, o jornalista Gerson Camarotti pergunta para a parlamentar: "Para pegar esse exemplo: a senhora tem um estudo sobre viabilidade, quanto que isso custaria o encarecimento de medicamentos? Porque, de fato, se tem que colocar mais pessoas para trabalhar e manter aquela farmácia aberta, isso tem um custo. Eu queria saber da senhora qual foi o estudo feito para a apresentação desse projeto?". Na sequência Érika diz: "Camarotti, nós não temos um estudo tão específico como esse dando respostas a essas questões".
Ao final do vídeo, a música Frolic (aqui) e créditos usados como meme: "Directed by ROBERT B WEIDE, Executive producer LARRY DAVID, Executive producer JEFF GARLIN".
Por que é distorcido
Post usa trecho da entrevista fora de contexto. A declaração de Érika Hilton foi dada ao programa "Em Pauta" da GloboNews em 11 de novembro (aqui). A parlamentar foi entrevistada por cerca de 16 minutos por seis jornalistas - um deles foi Camarotti. Já no começo de sua declaração, após a fala do apresentador Marcelo Cosme, Érika diz que foram consultados "estudos e referências de outros lugares do mundo que têm jornada de trabalhos mais flexíveis". Porém, ela observou que não há estudos específicos que mostrem aumento no preço dos medicamentos por conta de uma possível nova escala de trabalho, que demandaria mais funcionários. "Nós não temos um estudo tão específico como esse, dando respostas a essas questões. Nós olhamos do ponto de vista do mundo do trabalho e das flexibilidades de outros países e estudos apontaram em relação à produtividade, com relação à economia", disse.
Jornalista falava de realidade de idealizador de movimento. Na pergunta, Camarotti disse que soube do caso de Rick Azevedo (PSOL), idealizador do movimento VAT (Vida Além do Trabalho) e vereador eleito do Rio de Janeiro. Ele trabalhava em farmácia. "(...) Essa proposta tem uma aceitação muito grande quando você pega o trabalhador brasileiro. Agora, do ponto de vista de viabilidade... Por exemplo, o Rick, que é o vereador eleito pelo PSOL, o seu partido, ele vem da área de farmácia, era funcionário de farmácia. E pra pegar esse exemplo, a senhora tem um estudo sobre viabilidade, quanto isso custaria o encarecimento de medicamentos? Porque, de fato, se tem que colocar mais pessoas pra trabalhar e manter aquela farmácia aberta, isso tem um custo. Eu queria saber da senhora qual foi o estudo feito pra apresentação desse projeto?".
Viralização. Uma postagem que circula no Instagram já acumulava nesta terça-feira (19) mais de 352 mil visualizações.
Este conteúdo também foi checado por Estadão Verifica (aqui) e Lupa (aqui).
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