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Posts enganam ao dizer que Correios não pagaram 13º salário a funcionários

18.dez.2024 - Correios pagaram 13º a servidores; metade recebeu com desconto Imagem: Arte/UOL Confere sobre reprodução/Instagram

Ricardo Espina

18/12/2024 17h15

Publicações compartilhadas nas redes sociais enganam ao afirmar que os funcionários dos Correios não receberam o 13º salário neste ano.

A estatal confirmou o pagamento do benefício aos seus servidores, mas explicou que houve um desconto de 75% para cerca de metade dos funcionários para cobrir parte da dívida de um fundo de pensão.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

As publicações reproduzem a notícia "Canetada de presidente dos Correios deixa funcionários sem 13º salário", publicada por uma das colunas da página Diário do Poder em 14 de dezembro.

Abaixo, uma mulher ri e, em tom de deboche, faz a letra 'L' com a mão, em uma alusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por que é distorcido

Correios pagaram 13º aos funcionários. Em nota ao UOL Confere, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos esclareceu que a empresa pagou o benefício aos seus trabalhadores. "Não procede a informação de que os empregados dos Correios ficaram sem 13º salário. Todos os empregados dos Correios receberam o 13º na sexta-feira (13), de forma antecipada".

Governo federal confirmou pagamento de benefício. Em nota oficial (aqui), o governo federal também informou que os funcionários dos Correios receberam o 13º salário e explicou por que nem todos receberam o valor integral: "Parte dos empregados ativos teve um desconto, relativo ao equacionamento do déficit do Plano de Benefício Definido (PBD) realizado pelo instituto de previdência complementar dos empregados da estatal, o Postalis (aqui). Dos mais de 85 mil empregados ativos, 37.875 tiveram o desconto. Ou seja, da metade do efetivo em atividade da empresa não teve nenhum desconto referente a esse tema no 13º salário".

Equacionamento de déficit estava previsto há mais de quatro anos. Em fevereiro de 2020, durante a gestão de Jair Bolsonaro, foi firmado um acordo para cobrir o rombo no fundo de pensão, contraído entre 2015 e aquele ano. O prazo estabelecido para a conclusão dos trabalhos de equacionamento da dívida havia sido de 24 meses (aqui). O acordo, porém, só foi assinado pelos Correios neste ano (aqui).

Rombo em fundo de pensão é de R$ 15 bilhões. Para cobrir a dívida, o valor foi dividido igualmente entre os Correios e os funcionários da estatal, em acordo mediado pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) (aqui) e que obedece à legislação referente ao Regime de Previdência Complementar (aqui). A decisão foi criticada por entidades que representam trabalhadores de empresas de correios (aqui, aqui e aqui).

Jair Bolsonaro compartilhou postagem desinformativa. O ex-presidente repostou a notícia enganosa em suas redes sociais, sem explicar o devido contexto.

Viralização. A publicação feita por Bolsonaro no Instagram tinha mais de 80 mil curtidas até a tarde desta quarta (18).

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos, Estadão e Lupa.

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