Pelo segundo dia consecutivo, pelo menos 800 pessoas tentaram saquear no início da tarde deste sábado (5) o supermercado Minipreço, no bairro de Amaralina, em Salvador. O prédio foi completamente destruído por um incêndio na última quarta-feira. Para conter a multidão, policiais deram tiros para o alto e usaram bombas de efeito moral.
PM tenta conter saque a supermercado
Para invadir o supermercado, os invasores utilizaram os buracos nas paredes feitos pelos bombeiros para conter as chamas. "Consegui pegar materiais de papelaria e pequenos utensílios domésticos", afirmou a desempregada Ana Oliveira, 32.
O tenente Tiago Fonseca Lima disse que a PM estava com dificuldades para evitar os saques. "São muitas pessoas, todas chegando ao mesmo tempo."Funcionário do supermercado destruído pelo incêndio, Claiton Rodrigues tentava acalmar os ânimos neste sábado.
"Os produtos que estão aí dentro já foram perdidos. Agora, o que queremos é evitar uma tragédia porque as ruínas do supermercado podem desabar a qualquer momento."
Apesar da presença da PM, os invasores agiram durante mais de uma hora dentro do estabelecimento. "Temos de levar tudo, somos pobres e não podemos passar fome", disse o pedreiro Euvaldo de Jesus. Entre as pessoas que invadiram o estabelecimento neste sábado estavam grávidas e crianças.
Paulo Oliveira, que trabalha como engraxate nas ruas de Salvador, chegou ao supermercado às 9h deste sábado. "Levei tudo que pude carregar, com o panelas de pressão e dois ventiladores." Mesmo depois de mais de 60 horas do início do incêndio, havia muita fumaça no supermercado no final desta manhã. Segundo os bombeiros, as chamas ficaram concentradas no subsolo do prédio, em um local de difícil acesso.